sexta-feira, dezembro 21, 2012

Busca vida



Sempre me referi à data do meu aniversário, (23 de dezembro), como véspera da véspera, na tentativa de fazer alguém adivinhar, quando perguntavam. Ainda criança costumava esperar com muita ansiedade este dia. Às vezes ganhava dois presentes, outras vezes ele era me dado ou no dia de meu aniversário ou somente dois dias depois, no Natal. Outro dia comentava com minha mãe se caso tivesse nascido de parto normal, no dia 25 de dezembro, se ela teria tido a feliz ideia de registrar meu nome como Natália. Ela sorriu e disse que corri sério risco de ser chamada por Natalina. Por isso louvo ter nascido dois dias antes.




Por ser uma data próxima ao Natal e do fim de ano, considero o momento apropriado para avaliação e reflexão sobre o ano que se finda, sobre as grandes perdas, o que consegui realizar, a exemplo da publicação do livro “Um rio de histórias”, ao qual divido autoria com duas colegas, do inesquecível show da banda Roxette que assisti em Brasília e a conclusão do Curso de Inglês no CCAA, após quatro anos e meio. Sempre apoiada pela minha família e grandes amigos. Já aproveitando carona para refletir sobre meus erros e acertos, do que ainda não conquistei e sobre os projetos para o novo ano.  




Embora nos últimos anos a aproximação da data de meu aniversário não tenha me empolgado muito, esse ano vai ser diferente, e fazendo alusão a alguns versos da música Busca Vida, de Paralamas do Sucesso, decidi mudar a programação, optei por viajar, ver o mar, buscar um pouco mais de alegria, de vida, espantar os sentimentos que me deixam ansiosa e renovar esperanças para o novo ano, com a perspectiva de que  em 2013 eu mate a vontade de viver o que ainda não vivi.


Vou sair pra ver o céu
Vou me perder entre as estrelas
Ver da onde nasce o sol
Como se guiam os cometas pelo espaço
E os meus passos, nunca mais serão iguais

Se for mais veloz que a luz, então escapo da tristeza
Deixo toda a dor pra trás, perdida num planeta abandonado
No espaço.
E volto sem olhar pra trás

Estrofes extraídas da música Busca vida (Paralamas do Sucesso)

Lapinhas

Lapinha da Vó

Uma das melhores recordações que tenho do Natal é de ver minha avó dona Si montar a lapinha no dia 24 de dezembro. Uma tradição que ela preserva há mais de 50 anos como promessa. Segundo a vó muitas moças de São Desidério costumavam ir para as grutas, próximas à cidade, cerca de duas semanas antes do Natal para buscar pedras chamadas de lapas, utilizadas para a confecção das lapinhas. 

Desde quando éramos pequenas, eu e minhas primas costumávamos observar nossas mães ajudarem a matriarca da família. Nossa contribuição nessa época se resumia em carregar as plantas e enfeitá-las com as bolas de Natal. Lembro também da cola de tapioca que minha avó costumava fazer para colar o papel, seja forrando as latas das plantas ou um velho caixote utilizado para colocar os santos. Outra lembrança era o licor de jenipapo preparado para servir depois da reza, nos dias 24, após a missa do galo e dia 06 de janeiro, dia de Santo Reis. A gente sempre tomava escondido da vó quando íamos rezar à noite na lapinha no intervalo entre 24 e 06.

Com o tempo assumimos de vez a função de montar a lapinha para ajudar a vó. Das primeiras vezes ela ficou nervosa porque ainda não tínhamos adquirido os trejeitos do tal ofício e assim ela questionava: 

- Ô menina cadê a boca da lapinha. Vocês não sabem fazer lapinha não. Deixa que eu faço, eu só vou colocar o santo.
A ‘boca da lapinha’ que ela se referia se trata de um formato triangular, seja por meio de plantas ou do próprio papel que ao final se configura em uma gruta deixando transparecer uma entrada com destaque para onde se apresentam os santos. 

Nos anos seguintes ela até ficou mais calma e deixou que tomássemos conta de vez de tal tarefa, mas sempre dando seus pitacos. Na verdade ela sempre diz que todo ano só pretende colocar o santo, e quando tudo termina, com a gruta pronta e enfeitada, ela acaba aprovando. Um opinião daqui, outro dali. Nesse movimento descobri que até mesmo meu pai Angenor entende um pouco da atividade de tanto ajudar uma senhora da cidade, que já faleceu, a montar a lapinha. 

Presépio da minha casa
Hoje por conta de outras atividades do fim de ano, antecedemos o dia da montagem. O costume passou a ser valorizado no município por meio do Concurso de Lapinhas, realizado  desde 2009, ano que a lapinha de minha avó foi premiada em segundo lugar. Em 2010 ela conseguiu o primeiro lugar. Este ano também me empolguei e fiz um pequeno presépio lá em casa.

quinta-feira, dezembro 20, 2012

Recordando as novenas de Natal das crianças

 
Novena de Natal das crianças na Casa Paroquial, Ana Lúcia, Michelly, Saionaria, Fabrícia, Maria Azevedo, Deborah, João Pedro, Yara Poliana, Anna Sizaltina e Soraia.
Durante o período que a Igreja Católica celebra o Advento, tempo de preparação e espera para a chegada do Natal, dia 25 de dezembro, em que se comemora o nascimento de Jesus, grupos se reúnem para realizar as Novenas de Natal na vizinhança, na família, nas pastorais, nas ruas. A cada dia a novena trabalha uma temática em uma casa diferente. Essa fotografia simboliza uma recordação das novenas das crianças realizadas paralelas as novenas dos adultos em São Desidério nos idos dos anos 90. 

Dica de Leitura: Amar, verbo intransitivo (Mário de Andrade)

  “As conveniências muitas vezes prolongam a infelicidade”. Em ‘Amar, verbo intransitivo’, embarcamos com Mário de Andrade, em uma obra cara...