quarta-feira, agosto 21, 2013

Esta é minha querida avó, dona Sizaltina, mais popularmente conhecida como dona Si. Mãe de cinco filhos, avó de 16 netos e bisavó de sete bisnetos. Com meu avô Jose de Santana, mais conhecido como Zé Magro (falecido em 2010), ela se casou aos 20 anos e teve a felicidade de viver um matrimônio de 60 anos. No último dia 21 ela comemorou 82 anos de vida com muita saúde graças a Deus, não fosse a lamentável osteoporose no joelho direito, sua única patologia.

Avó é como segunda mãe. Lembro-me de quando ainda pequena costumava brincar na casa da vó com minhas primas. O quintal cheio de plantas, o pé de manga onde costumávamos subir e das aulas de ponto de cruz que tinha como mestra a mais exímia das bordadeiras que São Desidério poderia ter. Uma arte que foi passada para nós, suas netas. As primeiras aulas eram reservadas a pequenos pedaços de étamine que aos poucos era preenchido com desenhos que ganhavam formatos de laranjas, maças, losângulos. A vó nos cobrava que o avesso do bordado fosse limpo, só depois disso é que começávamos a fazê-los em guardanapos, panos de pratos e posteriormente aprendíamos a bordar nossos próprios nomes em toalhas de banho, fase que já assinalava progresso. Aquelas que se dedicaram mais alçaram bordados em almofadas, caminhos de mesa, panos de fogão, entre outros. Mas talvez o sonho das netas seria dominar bordados considerados maiores como as enormes toalhas de mesa, denominadas de banquete que só a vó fazia e que por vezes exigia meses de trabalho. Uma das características de seu bordado é que o fazia com amor e muita dedicação e por esse motivo ela costumava receber muitas encomendas da cidade e até mesmo de outros estados. O bordado sempre deu o tom da ornamentação na casa da vó, seja por sobre o fogão, a mesa da sala, da antiga prateleira da cozinha, no aparador do filtro, na velha máquina de costurar encostada na copa.


O vô e a vó
Ah! E como esquecer das lapinhas. Cresci a vendo montar o presépio na primeira sala. Dia 24 de dezembro era um movimento na casa da vó. É só fechar os olhos e ainda sinto o cheiro da cola que ela fazia com a tapioca utilizada para fixar o papel no antigo giral, posteriormente preenchido com as plantas, a areia, os santos e muita luz para enfeitar o presépio. Era feita toda uma preparação para a reza da lapinha e uma delas, a que eu mais gostava era do dia em que eram feitos os biscoitos também chamados de petas, pois na casa da vó havia um forno à lenha. Depois da aula íamos para a casa da vó ou passávamos por lá no turno oposto da escola para comer a peta quente molhada na mesma massa crua. Depois que as petas ficavam prontas era a vez da netaiada entrar em ação e ajudar a fazer o ginete, que para muitos trata-se de um biscoito doce que costuma não render muito depois de assado. Na casa da vó esse era o momento mais esperado, visto que nós, sentadas na disposição de uma roda, cada uma com sua devida fôrma e um bolo de massa em mãos, a medida que dávamos formato ao biscoito na bandeja sobre o colo e no ausência da vó essa era a oportunidade para saborear a deliciosa massa crua. E quando a vó retornava lá estávamos com as bochechas alteradas. E era nos repreendia sorrindo:

- Por isso que o ginete não rende aqui!. E riamos.

Cabeça branquinha, voz tranquila, corpo encurvado pelo tempo e pelo ofício do bordado, vó é dona de um dos sorrisos mais contagiantes. Na casa laranja, ao lado do Centro Cultural, na rua Dr. Valério de Brito a imagem de uma senhora sentada em sua cadeira de couro ao entardecer é convidativa para uma boa prosa que possa talvez lhe arrancar uma de suas altas gargalhadas.

sexta-feira, agosto 09, 2013

quinta-feira, agosto 08, 2013

Peculiaridades do Arraial da Penha em Barreiras BA

As éguas Zafira e Paquita 







Igreja de Nossa Senhora da Penha




Queijadinhas, importante iguaria produzida em Arraial da Penha  



Preparo do doce de maracujá  


Entrada da Fazenda Água Doce

Mansão da Água Doce, que na época de Geraldo Rocha acolheu os presidentes Eurico Dultra e Getúlio Vargas
 






Dica de Leitura: Amar, verbo intransitivo (Mário de Andrade)

  “As conveniências muitas vezes prolongam a infelicidade”. Em ‘Amar, verbo intransitivo’, embarcamos com Mário de Andrade, em uma obra cara...