sexta-feira, dezembro 20, 2019

Livros lidos em 2019


Com o  objetivo de tornar mais constante o hábito da leitura, no início deste ano me desafiei a ler pelo menos um livro em cada mês. Eu sei, isso é muito pouco! Mas, mesmo embora considerando pouco, cumpri o desafio e consegui realizar 12 novas leituras e duas releituras. 

Entre romances, suspense, ficção, memórias e poesia, além de impressos, li também um exemplar via web, coisa de que não sou muito adepta e não fazia desde a época da faculdade.

Acima está uma montagem das capas dos livros. Os comentários a respeito de cada obra que foram partilhados em postagens mensais anteriores neste blog.

Analítica

terça-feira, dezembro 17, 2019

Nem tudo começa com um beijo (Jorge Araújo e Pedro Sousa Pereira)


Nem tudo começa com um beijo é o livro escolhido para finalizar as leituras de 2019 do Analítica. O enredo relata a história de vida dos garotos Fio Maravilha, Gelatina, Molécula, Armando Pantera e outros que vivem num buraco de esgoto denominado de Cave, um lugar subterrâneo. Já na parte de cima do asfalto, no Sótão, está a cidade. "As pessoas cruzam-se nos elevadores, é 'bom dia', 'boa tarde', são vizinhos mas não se conhecem, cada um fechado no seu mundo. As crianças, quando não estão na escola vivem trancadas na rua. Os jovens nos intervalos da rebeldia matam o tédio nas esquinas. Os velhos, esquecidos em quartos atrofiados contam os dias que faltam para a casa de repouso. O desemprego mora em muitas famílias, os biscates são pão nosso de cada dia. É um mundo muito triste, tão triste que até dói"

Os autores Jorge Araújo e Pedro Sousa Pereira deixam explícito na narrativa as diferenças sociais entre as duas realidades a Cave, onde os garotos vivem, e a cidade, de onde o destino um dia os expulsaram. "Sua luta por dias melhores, pouco ou nenhum sentido terá caso pretenda conquistá-los sem a participação daqueles irmãos de jornada que Deus os colocou em vosso caminho".

Na Cave eles têm um líder, Gelatina, que morre misteriosamente. "O choque provocado pela morte de Gelatina foi tal que a Cave entristeceu". A escolha do novo líder gera inveja dentro do grupo que passa a ser encabeçado por Fio Maravilha. Sem saber, o novo líder passa a ser observado de perto por Armando Pantera.

Em meio a essa contradição de mundos, Fio Maravilha descobre um amor impossível por nuvem Maria, que vive no Sótão. A contradição que cerca as duas realidades distantes faz Fio Maravilha utilizar ilustrações na tentativa de colorir sua forma de ver o amor. "Pintava sempre a mesma imagem - uma menina de cabelos louros, vista de trás, sentada num banco no jardim. Os desenhos sempre acompanhados de um pensamento, de uma confissão. De uma declaração de amor".

Afinal, Fio Maravilha e Nuvem Maria estavam em uma enrascada. "Em pensamento estavam unidos para a vida. Mas sabiam que no dia-a-dia as coisas eram muito mais complicadas. Voltaram a falar no episódio da véspera na Cave, dos obstáculos que Armando Pantera iria arranjar para impedir o cimentar do seu amor, estavam num beco sem saída, concluíram. Na Cave , Nuvem Maria não era desejada, no Sótão, Fio Maravilha não tinha futuro".

A morte de Armando Pantera conciliou alguns conflitos na Cave e em meio ao seu atrito amoroso, Fio Maravilha descobre a foça da verdadeira amizade dos garotos da Cave. "Escrevi Fio Maravilha meu irmão, e não é força de expressão. Escrevi meu irmão porque é mesmo meu irmão. Não o irmão que recebi, mas aquele que escolhi. O meu verdadeiro irmão".

A força da união da Cave se consolida quando um terremoto que atinge a cidade muda a rotina dos meninos da Cave. "O mar começou a esvaziar e depois veio uma onda gigante, grande como uma muralha de concreto. Até parecia que o mar tinha tomado o lugar do céu".

Esse episódio marca também o desfecho do romance de Fio Maravilha e Nuvem Maria. "Depois atracaram no pequeno ancoradouro de madeira, instalaram-se no veleiro abandonado, foi Nuvem Maria quem levantou as amarras.
- Para onde vamos? - Perguntou Fio Maravilha.
- Para onde o vento nos levar.
O veleiro deslizou ao sabor de uma onda enraivecida, foi cercado por um bando de gaivotas mal comportadas, deixou-se embalar pelo encanto do vento norte. E desapareceu na linha do horizonte".

Um aspecto interessante é que nesta narrativa, os autores basearam também em histórias de crianças que vivem em esgotos de Luanda na Angola. Por vezes o enredo é acentuado por características de um cenário marcado pela miséria e outros reflexos de injustiças sociais. Li e recomendo!

Título: Nem tudo começa com um beijo
Autores: Jorge Araújo e Pedro Sousa Pereira
Páginas: 153
Editora: Agir (2006)

Gênero: Literatura infanto-juvenil

Por Analítica

terça-feira, dezembro 10, 2019

Roxette, um show inesquecível!




Cerca de um mês e meio antes do show da banda sueca Roxette em Brasília, os ingressos já estavam comprados na pista premium. Aumentava a expectativa e ansiedade a cada dia, assim como os pesadelos. Afinal, essa era a única oportunidade de assistir Roxette ao vivo. Um dos shows mais esperados da minha vida!

Enfim, a tão esperada noite de 15 de maio. Às 19 horas estávamos (Tulio, Wall, Six, vinícius, Marcos e eu) às portas do Ginásio Nilson Nelson, Asa Norte, e um sonho perto de se concretizar. O show estava marcado para as 21h. Nos posicionamos próximos ao palco e dali não saí nem para ir ao banheiro. Qualquer saída comprometia o lugar adquirido com tanto esforço. De repente, apagaram-se as luzes e uma multidão começou a gritar sinalizando a entrada dos integrantes da banda. Por último eles, os vocalistas Marie Fredriksson e Per Gessle cantando “Dressed for success”, o que contribuiu para aumentar meu estado de euforia. O repertório seguiu com ‘Sleeping in My Car’, ‘ The Big Love’, ‘Silver Blue’, ‘Stars’, ‘She's Got Nothing on (But The Radio)’, ‘Perfect Day’, ‘Things Will Never Be The Same’, ‘It Must Have Been Love’, ‘It's Possible’, ‘7 twenty 7’, ‘Fading Like a Flower (Every Time You Leave)’, ‘Crash! Boom! Bang!’, ‘How Do You Do!’, ‘Dangerous’, ‘Joyride’, ‘Spending My Time’, ‘The Look’, ‘Listen To Your Heart’ e ‘Church of Your Heart’.


O público foi ao delírio ao relembrar antigos sucessos. De onde estávamos, o espaço era suficiente apenas para respirar, mas mesmo assim ainda conseguia pular e gritar muito. Não é todo dia que se vê artistas prediletos tão próximo. Parecia miragem. Um dos momentos mais inesquecíveis foi marcado quando a Marie começou a cantar ‘It must have been Love” acompanhado pela multidão num mesmo coro. Como ela mesma expressou: “It’s so fantastic!”.  Sim, Marie, foi fantástico. Foi inesquecível e durou cerca de duas horas. Contrariando a máxima do que sugere o título de um dos mais destacados singles de Roxette, “Almost real’, o show em Brasília foi mais que real. Ainda mais para mim, que nunca imaginei que um dia tivesse a oportunidade de assistir a apresentação de uma banda que já vendeu mais de 75 milhões de álbuns pelo mundo e voltou ao Brasil pela quinta vez.

Na saída do show, teve até entrevista para o DFTV. O pedido para interpretar uma breve capela de “It must have been love” surpreendeu nosso grupo que foi intitulado pelo repórter de “grupo da Bahia”.



Já tinha ouvido Roxette, mas em 2002 as músicas da banda marcaram minha primeira viagem a capital Salvador e o meu primeiro contato com o mar. Jamais devolvi aquele CD emprestado que tantas vezes ouvi até não mais prestar. Daí por diante as músicas passaram a embalar vários momentos de minha vida. Certa vez me emprestaram outro CD de roxette, só que este era original, e não tive a felicidade de ouvi-lo a tempo de o ver quebrado à minha frente por circunstâncias de um incidente provocado pela minha irmã Anna Si e a prima Wall. Mesmo quebrado o guardo até hoje como lembrança e também a blusa de Roxette que já está bem desbotada.

Há cerca de um ano a banda fez  uma turnê pelo Brasil, passando por São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, e me lembro que na época fiquei chateada, porque morando no interior da Bahia, e longe das capitais onde os shows foram realizados, o sonho estavam perto e ao mesmo tempo distante de se realizar.

Posso dizer que Roxette está na minha veia. Admiro sim a força da vocalista Marie Fredriksson que retornou ao trabalho em 2010 após se recuperar de um tumor maligno no cérebro descoberto em 2002. Os médicos chegaram a afirmar que ela só teria 20% de chance de sobreviver. E muito embora a Marie não consiga hoje alcançar as notas mais altas como em outros tempos, sua voz será sempre inconfundível e inspiradora e Roxette continuará sendo correspondida pelo público que ainda se arrepia com os sucessos que continuarão emocionando milhares de fãs.


Por Analítica

Dica de Leitura: Amar, verbo intransitivo (Mário de Andrade)

  “As conveniências muitas vezes prolongam a infelicidade”. Em ‘Amar, verbo intransitivo’, embarcamos com Mário de Andrade, em uma obra cara...