segunda-feira, abril 18, 2011

Roxette na veia

Foto: divulgação

Por acaso em julho de 2002 ouvi Roxette pela primeira vez. As músicas marcaram uma viagem a capital Salvador e o meu primeiro contato com o mar. Pronto. Foi paixão a primeira vista. Jamais devolvi aquele CD emprestado que tantas vezes ouvi até não mais prestar. Daí por diante as músicas passaram a embalar vários momentos de minha vida. Certa vez me emprestaram outro CD de Roxette que não tive a felicidade de ouvi-lo a tempo de o ver quebrado à minha frente. Mas adianto que não fui eu quem o quebrou. Invadiram o direito de eu ouvir primeiro. Mesmo quebrado o guardo até hoje como lembrança.

A banda sueca Roxette que já vendeu mais de 75 milhões de álbuns pelo mundo agora volta ao Brasil pela quarta vez. Como uma convicta fã da banda, posso dizer que Roxette está na minha veia, não poderia deixar de discorrer algumas linhas sobre o assunto. A vocalista Marie Fredriksson e o guitarrista Per Gessle retornaram ao trabalho em 2010 após Marie se recuperar de um tumor maligno no cérebro. Os médicos chegaram a afirmar que ela só teria 20% de chance de sobreviver. A turner “Charm school” começou na terça-feira 12 em Porto Alegre, na quinta 14 em São Paulo. No sábado 16 o show foi no Rio de Janeiro, no domingo 17 em Belo Horizonte e na terça 19 novamente em São Paulo.

Morando no oeste da Bahia e bem distante dos locais de show de Roxette me sinto mal e muito deprimida. Resta ouvir as melodias e me conformar. Não poderia deixar de perder a oportunidade de não concordar com a forma como foi divulgada a notícia do show do Roxette em São Paulo, pelo site do Yahoo. A matéria simplesmente acabou com o Roxette. Ao contrário do que foi noticiado pela jornalista que certamente não deve entender muito sobre a banda, Roxette não tem nada de nostálgico. E muito embora a Marie não consiga alcançar as notas mais altas das músicas mais conhecidas, sua voz será sempre inconfundível e ímpar. Como outras bandas que tiveram seu auge nas décadas de 1980 e 1990 Roxette continua sendo correspondida pelo público que ainda se arrepia com os sucessos mais conhecidos como “It must have been Love”, “Almost real”, “Listen to your heart”, “Dressed for success”, “Sleeping in my car”, “How do you do”, “Spending my time”, “Fading like a flower”, “Dangerous”, “Joyride”, “Milk, toast and honey” e tantos outros.

O Eucalipto de Abelardo

Foto: Angenor Vieira de Souza

Na manhã de sábado 09 de abril, uma grande surpresa. Um dos últimos eucaliptos plantados pelo primeiro prefeito Abelardo Alencar estava ao chão. Mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer. A árvore estava inclinada para a pista oferecendo certo perigo ao tráfego. A postagem abaixo foi publicada em homenagem a este eucalipto no dia da árvore em 21 de setembro do ano passado.

Entre o asfalto e um morro,
Uma referência na Avenida JK
Depois do cemitério lá está
O Eucalipto de Abelardo Alencar

Quando seu mandato iniciou
O primeiro prefeito Abelardo Alencar
Uma fileira de eucaliptos
Na entrada da cidade plantou
E a arborização da cidade começou

Quase cinquenta anos depois
O cenário é comum na rotina de muita gente
Que passa prá lá e pra cá
Todos sabem que assim como seus companheiros
Um dia naquele lugar
O Eucalipto não mais estará

Debaixo desse Eucalipto de histórias
Um fato triste certa noite aconteceu por lá
O episódio de um triplo homicídio
Que sua copa foi testemunha ocular
Referência como parada de ônibus
Oferece sua sombra como descanso
Por quem passa pra lá e pra cá

Apesar de ser uma árvore
Com tempo curto de existência
Ainda pulsa vida
Imponente,
Quase cinquentenária
Imensa

Despendido para um lado
Hoje divide espaço
Com a geração de ficos e nims
Espalhados por toda a cidade
Nesse 21 de setembro
À árvore dedicado

quarta-feira, abril 06, 2011

Um ano do Analítica

A data 7 de abril escolhida para homenagear os jornalistas marca também o nascimento do Analítica. Lembro-me que era uma recém formada jornalista com ideias loucas e com muita vontade de escrever. Na dúvida quanto ao nome, houve até votação. Agradeço a todos que desde o início participaram da concepção deste blog. Vocês fazem parte da história do Analítica. As expectativas continuam e o Analítica sobrevive.

Até o momento são 40 postagens. Penso que seja válido relevar o amadurecimento do blog ao longo de um ano. Mesmo que não domine o poder da síntese, acredito que os textos apresentam-se menos extensos se comparado ao início. A aparência também mudou.

Outro dia fui questionada sobre a possibilidade de o Analítica assumir, por exemplo, uma postura política visto que apresento certa facilidade para escrever textos longos. Não é a minha intenção direcionar o blog a uma única temática. O Analítica foi criado para alimentar minha necessidade de escrever. Não penso em torná-lo uma obrigação por isso escrevo apenas quando quero ou sinto necessidade e sobre aquilo que realmente me chama atenção, seja cômico ou não. O Analítica não gera renda. Escrevo porque gosto mesmo. Escrever me diverte. Morando em um município que é o segundo maior da Bahia, o que não falta são histórias e novidades.

Parabéns Jornalistas. Dias melhores para nossa classe!

E que o Analítica possa comemorar outros aniversários!

segunda-feira, abril 04, 2011

Nostalgia

Inauguração da escola, três dias antes de Abelardo Alencar entregar o cargo ao segundo prefeito Manoel Rodrigues de Carvalho

Há 44 anos foi fundada a Escola Castelo Branco em quatro de abril de 1967. As referências dessa escola no município de São Desidério sempre foram as melhores possíveis. Hoje, data de seu aniversário acordei nostálgica, pois ela faz parte da minha história. Tinha que escrever algo.

Em 1997, aos 10 anos cursei nessa escola a 4ª série. A escola, que ainda pertencia ao estado, oferecia apenas até a 4ª série do primário. Ainda lembro-me do primeiro dia de aula quando cheguei acompanhada de meus pais e de minha irmã mais nova que estudava também a tarde, a 2ª série. Eram apenas duas salas. Era tudo novo. A sala estava repleta ao comando da professora Dalva, sempre muito criativa. Minhas únicas colegas conhecidas eram duas primas. Foi aí o primeiro indício do trio ternura que se consolidou na 5ª série e perdurou até a 8ª série.

Lembro-me do palanque nas aulas de português. Um caixote de feira ornamentado em que subíamos para treinar as leituras das redações. Nessa época ser freira era meu maior sonho e eu o revelei a uma multidão por ocasião da inauguração da quadra poliesportiva municipal na semana do estudante desse ano, em que representava a escola como estudante destaque. Foi também nessa escola que tirei minha primeira nota baixa em matemática. E como esquecer da “Bio” apelido da colega que me perseguia na sala de aula chateando-me por ser uma estudante destaque que tirou nota baixa.


Discurso de estudante destaque
O recreio costumava ser muito divertido. Sim. Aquele pátio imenso. Todos os alunos correndo para lá e para cá. Sem falar nos pés de manga. Eram os maiores pesadelos da diretora Necy. Nossa como ela costumava ficar preocupada e logo batia o sino. Impossível não falar desse sino, porque não se tratava de um sino qualquer. Era o sino do Castelo Branco. E essa fama correu longe. Seu formado inconfundível. Dois pedaços de ferro. Um martelo que atritava contra um pedaço maior de ferro. Cujo barulho repercutido costumava ser estridente e inconfundível. O tempero da dona Joaninha, esse é inesquecível. Aquele macarrão com sardinha era muito especial, assim como a horta que cultivamos, o momento do bochecho. Mas talvez a hora mais aguardada pelos alunos fosse mesmo a recreação. A boleada era uma das brincadeiras mais preferidas. E eu sempre gostei porque eu costumava ser uma das últimas a ser pega. Foi desse período que fiz grandes amigos. Amizades valiosas que cultivo até hoje.

E o destino quis que nove anos após retornasse a escola para trabalhar como secretária. O meu primeiro emprego. Havia algumas mudanças. A dona Joaninha cedeu lugar a sua filha Nilda e a merenda mais especial para mim agora era a maravilhosa sopa de frango da Nilda. Minha passagem pela Escola Castelo Branco foi curta mais o suficiente para fazer novas amizades e conquistar o carinho das colegas com quem trabalhei. Também sempre levarei as exigências da diretora Necy com quem aprendi muitas lições e a ser uma profissional mais exigente.

Dica de Leitura: Amar, verbo intransitivo (Mário de Andrade)

  “As conveniências muitas vezes prolongam a infelicidade”. Em ‘Amar, verbo intransitivo’, embarcamos com Mário de Andrade, em uma obra cara...