terça-feira, julho 30, 2019

Segundo encontro do Clube da Leitura do Analítica - Livro 'Extraordinário'


Um bate-papo sobre o livro 'Extraordinário' de R. J. Palácios marcou o 2º Encontro do Clube da Leitura do blog Analítica, realizado no fim da tarde de terça-feira 30, na Lavanderia Cultural. Em um momento de contextualização, foi destacado acerca do professor de August, o Sr. Browne que no livro destaca a importância de cultivar 'Preceitos' - regras capazes de nos inspirar a fazer escolhas cada vez mais acertadas ao longo da vida.
Nesse contexto, os participantes foram convidados a escrever seus próprios conceitos:

"Cada amanhã renasce o lindo, inesquecível, novo amanhã"

"Amor ao próximo"

"Uma boa gargalhada vale um dia inteiro"

"Prime sempre pela tolerância"

"É dando que se recebe"

"A vida é feita de escolhas, basta acertá-las"

Abaixo, seguem fotos do segundo encontro e a resenha literária do blog postada em abril de 2018:








Resenha Literária de Extraordinário

Livro: Extraordinário
Autora: R.J. Palácios
Páginas: 320
Gênero: Drama


De autoria da escritora norte-americana R.J. Palacio, Extraordinário é seu primeiro livro. A obra de ficção é dividida em oito partes. O Enredo narra a história de August Auggie Pullman, um garoto de dez anos que nasceu com uma síndrome genética, que tem como sequela uma deformidade facial que o fez passar por 27 cirurgias, além de muitas complicações médicas, motivos que nunca o deixaram frequentar uma escola de verdade.

“Médicos vieram de cidades distantes só para me ver, parados ao lado da minha cama sem acreditar. Dizem que só posso ser uma das maravilhas da Criação, e até onde veem não conseguem explicar”. Pág. 07.

O principal desafio de Auggie, é encarar o primeiro dia de aula no 5º Ano em uma escola normal de Nova York, o Colégio Beecher Prep, e superar o bullying que sofre de outros estudantes. A mãe Isabel, o pai Nate, a irmã Via e o amigo Jacky Will são alguns dos personagens que o ajudam no desenrolar da história.

Ao longo do enredo a autora utiliza elementos para enriquecer e ilustrar a narrativa, a exemplo das comparações que estabelece entre o personagem principal com os personagens e episódios de Star Wars, história a qual August é fascinado.

Em alguns capítulos, o livro que é narrado na perspectiva de Auggie, apresenta-se narrado também da perspectiva de alguns de seus familiares e amigos. O amadurecimento do personagem principal ao longo da história se torna evidente, assim como a superação de seus medos, e que embora com aparência incomum, consegue despertar um impacto positivo e convencer todos ao seu redor, do garoto cativante e Extraordinário que é, despertando uma ideia de que as pessoas podem ser mais gentis.

“...se forem apenas um pouco mais gentis que o necessário, alguém, em algum lugar, algum dia, poderá reconhecer em vocês, em cada um de vocês, a face de Deus”. Pág. 303

“Grande é aquele cuja força conquista mais corações pela atração do próprio coração”, pág. 306


Por Analítica

sexta-feira, julho 19, 2019

A Casa do Penhasco (Agatha Christie)



Há algum tempo desejava ler uma obra de Agatha Christie. A Casa do Penhasco não era exatamente a primeira obra que gostaria de ler da autora. Comprei o livro junto com outro de Agatha, ‘Encontro com a morte’, que lerei posteriormente.
Publicado em 1932, A Casa do Penhasco tem como cenário a cidade litorânea de St. Loo, localizada no Sul da Inglaterra. O enredo envolve Hercule Poirot, um detetive às portas da aposentadoria, que acompanhado de seu amigo capitão Hastings, resolvem passar uma temporada em St. Loo, onde tomaram conhecimento de Nick Buckley, herdeira de uma fortuna e também da Casa do Penhasco, que é assim descrita. “Qualquer um poderia se esconder com toda a facilidade sem ser visto por ninguém. Vir da Casa do Penhasco pela estrada até o hotel seria muito demorado”, página 24. Ou ainda: “A casa em si era grande e um tanto sombria. Várias árvores a encobriam, com galhos que chegavam a bater no teto. Ela estava claramente em péssimo estado”, página 25.
Nick afirma estar correndo perigo de vida e deixa transparecer essa impressão ao relatar que já escapou de acidentes. Mas será que seriam esses meros acidentes? Em Poirot, Nick encontra certa confiança e ele tenta a proteger. “Minha linha de trabalho é diferente. Tenho que pensar no inocente, não no culpado. (...) É uma bela jovem, o sol continua brilhando, o mundo é um lugar agradável e ainda tem muito amor e vida pela frente”, página 38.
O assassinato de Maggie Buckley, prima de Nick altera os ânimos dos personagens e dá uma pincelada de suspense no enredo. “Estávamos a uns cem metros da casa e, bem na nossa frente, entre nós e a janela francesa ainda aberta, avistamos uma pessoa caída no chão, enrolada em um xale chinês vermelho...”, página 70.  JOVEM É ASSASSINADA DURANTE QUEIMA DE FOGOS. TRAGÉDIA MISTERIOSA ABALA ST. LOO”, página 92. Poirot faz uma lista de nomes com iniciais de A a J para estudar possíveis suspeitos. Ele tenta encorajar Nick o tempo todo. O detetive planeja também uma farsa da morte de Nick para reunir todos os suspeitos. “Coragem Mademoiselle. Sempre existirá algo pelo que vale a pena viver”, página 98.
A narrativa é relatada em primeira pessoa pelo capitão Hastings. São apresentados detalhes imprescindíveis que contribuíram para eu acreditar que Nick é a mocinha da história o tempo todo, fato sustentado pela autora até o desfecho surpreendente, quando é revelado por meio das investigações de Poirot que Nick na verdade, é a assassina de Maggie porque tinha inveja dela. No último capítulo a autora explica o passo a passo do enredo revelado sob a perspectiva das investigações do detetive Poirot. “– Voilà ! – disse ele. Eis a pessoa K! Foi mademoiselle Nick quem matou sua própria prima, Maggie Buckley”, página 180.
Gostei do estilo da autora, a obra apresenta uma narrativa bem amarrada com riqueza de detalhes, sem pontas soltas e a leitura não é cansativa, pois uma pitada de mistério está sempre sublinhado e a autora prende a atenção do leitor em cada capítulo.
A Casa do Penhasco, li e recomendo!

Título: A Casa do Penhasco
Autora: Agatha Christie
Gênero: Ficção Policial Inglesa
Editora: L&PM Editores

Páginas: 191

Por Analítica

terça-feira, julho 09, 2019

Conversando sobre Leitura, Escrita e o Gênero Crônica

Um bate-papo para mostrar que a Leitura e a escrita de crônicas podem se tornar hábitos prazerosos. Foi assim na manhã de segunda-feira 08 de julho, ao participar de um momento de sensibilização da '6ª Olimpíada de Língua Portuguesa - Escrevendo o futuro', para estudantes de 8º e 9º ano do Anexo 2 (Escola Municipal  Presidente Castelo Branco) do Centro Educacional Patronos Integrados em São Desidério. 

Foram usados modelos de crônica publicados no blog Analítica e de autores da literatura nacional, para influenciar os estudantes que irão produzir crônicas a partir da temática 'O lugar onde vivo'. Confira alguns registros desse momento:










Por Analítica
Fotos: Analítica/Arquivo Anexo 2

sexta-feira, julho 05, 2019

Um olhar triste numa loja de instrumentos musicais


Numa tarde de abril de 2019, bastante entusiasmada com o início das aulas de violão, fui até uma loja de instrumentos musicais em Barreiras, distante 27 km de São Desidério, onde moro, para comprar meu próprio violão. Assim poderia aperfeiçoar os estudos em casa, como sugerido pelo professor de música. Diante de uma infinidade de marcas e modelos não sabia qual instrumento escolher ao certo. Um vendedor veio ao meu encontro me explicar.

De repente a imagem de uma pessoa que adentrava à loja, chamou minha atenção. Nessa hora não mais ouvia o que o vendedor explicava, apesar dele continuar falando. Minha atenção se voltou inteiramente para quem acabava de entra na loja. Minha memória insistia em recordar de alguém que parecia já ter conhecido. Outros vendedores gritaram um nome que parecia ser seu apelido e isso logo me levou a crer que realmente se tratava de quem eu imaginava. Tentando disfarçar e ao mesmo tempo olhando, a sua condição atual foi o que mais me impressionou. Seu braço esquerdo mutilado e enfaixado pouco abaixo do ombro parecia ter sido algum acontecimento recente. E eu continuava olhando para ele. Não para o braço, mas para ele, tentando imaginar o que teria acontecido de fato. Seu rosto estava triste e seu olhar aéreo. Percebendo que eu o olhava, adentrou à loja, onde me encontrava, e também me encarou ao passar por mim. Perguntei se lembrava de mim, pois havíamos estudado juntos há muito tempo atrás em São Desidério. Rapidamente, ele balançou a cabeça confirmando e sorriu ponderado indo se sentar aos fundos da loja onde esperavam outros vendedores amigos seus. Fiquei estática. Tentei não continuar olhando, mas meus olhos insistiam em olhar. Ainda por algumas vezes, sem querer, meus olhos correram em direção aos fundos da loja, onde ele se encontrava sentado. Seu semblante era triste e o olhar tão distante. Os vendedores tentavam puxar conversa e alegrá-lo.

Minutos depois, já no caixa, concluindo a minha compra, não pude resisti. Não poderia sair daquele lugar sem saber de fato o que teria acontecido ao meu ex-colega. Perguntei reservadamente ao vendedor que me atendeu. Percebendo a minha curiosidade ele disse que há alguns meses aquele jovem havia se envolvido em um trágico acidente em outra cidade, o qual teve outros veículos envolvidos e várias vítimas fatais, inclusive de uma mesma família. E por consequência, seu braço esquerdo foi quase totalmente amputado. Surpreendi-me com a resposta, pois me recordei naquele exato instante de qual acidente se tratava e da repercussão dada pela mídia na época. Respirei. Olhei mais uma vez para ele. Na hora de sair da loja, despedi ao longe mencionando seu nome. Ele olhou para mim e acenou friamente. Fui embora e pelo resto do dia a sua imagem não saia de minha cabeça. Naquela noite tive insônia e não parava de pensar nesse reencontro com aquele ex-colega, e de seu olhar triste e tão distante.

Por Analítica
Foto: Divulgação
  



Dica de Leitura: Amar, verbo intransitivo (Mário de Andrade)

  “As conveniências muitas vezes prolongam a infelicidade”. Em ‘Amar, verbo intransitivo’, embarcamos com Mário de Andrade, em uma obra cara...