terça-feira, setembro 21, 2021

A trégua ( Mário Benedetti)


"Essa opressão no peito significa viver". Mais uma leitura concluída, desta vez, 'A trégua', do escritor uruguaio Mário Benedetti, Obra de ficção publicada em 1960, que narra as histórias do personagem Martín Santomé, um quase cinquentenário homem de classe média, viúvo, pais de três filhos e às portas da aposentadoria. 

"Só me faltam seis meses e 28 dias para estar em condições de me aposentar. Deve fazer pelo menos cinco anos que mantenho este cômputo diário do meu saldo de trabalho", p. 09.

A narrativa é construída por meio das vivências do personagem central e narrador dessa história, que são registradas em seu diário, estrutura que conta com pinceladas filosóficas. A leitura é envolvente e cria uma certa expectativa no leitor, que vai acompanhando a contagem regressiva para a tão sonhada aposentadoria do personagem. 

A rotina de Santomé é alterada e torna-se mais interessante com a chegada de uma nova colega de trabalho, Laura Avellaneda, que é bem mais jovem, e a descoberta de um amor inesperado nessa fase da vida torna os últimos dias de trabalho de Martín mais emocionantes. 

"Não é possível que, na minha idade , apareça de repente essa moça, que nem sequer é definitivamente linda, e se torne o centro de minha atenção".

Esse amor irá fazer Santomé estabelecer comparações com o passado, trazer mais vida a sua vida monótona, preencher o vazio e a solidão de outrora, trazendo mais perspectivas para os dias de liberdade que estariam por vir em sua vida, caso não fosse marcado por uma 'trégua' que Benedetti faz, talvez propositalmente, causando uma reviravolta no enredo e fazendo entender o título dado a obra. 

"[...] eu não me sinto feliz por sentir-me desgraçado. Sinto-me simplesmente desgraçado. Acabou-se o escritório. A partir de amanhã, e até o dia da minha morte, o tempo estará às minhas ordens. Depois de tanta espera, isto é o ócio. O que farei com ele?".

A obra foi sugerida aos associados da @Taglivros Experiências Literárias, modalidade Curadoria como leitura do mês de setembro. 

Por Analítica

sexta-feira, setembro 17, 2021

Laços de Família (Clarice Lispector)

 


Já havia tido contato com a obra da autora em ‘A hora da estrela’, 'Felicidade Clandestina' e 'Perto do coração selvagem', e agora ‘Laços de família’, obra publicada em 1960 em que Clarice Lispector reúne várias temáticas em 13 contos: Devaneio e embriaguez duma rapariga, Amor, Uma galinha, A imitação da rosa, Feliz aniversário, A menor mulher do mundo, O jantar, Preciosidade, Os laços de família, Começos de uma fortuna, Mistérios em São Cristóvão, O crime do professor de matemática e O búfalo.

Dos contos que mais gostei, 'A galinha' e o que dá nome ao livro, 'Laços de família'. “Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove da manhã. Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio”, p. 28.

Algo que é bem característico da escrita de Clarice, é o fato da autora sempre reservar algo surpreendente na narrativa. “Quase inocentada, meneando uma cabeça incrédula, a boca entreaberta. Inocente, curiosa, entrando cada vez mais fundo dentro daqueles olhos que sem pressa a fitavam, ingênua, num suspiro de sono, sem querer nem poder fugir, presa ao mútuo assassinato. Presa como se sua mão se tivesse grudado para sempre ao punhal que ela mesma cravara”, p. 129.

Gosto do estilo da autora. É sempre bom ler Clarice por trazer uma escrita simples que aborda temáticas comuns, do nosso dia a dia, e sempre com narrativas bem estruturadas que buscam desvendar a essência humana e que de certa forma aproximam o leitor atribuindo uma relação de intimidade com o que está lendo.

 



Por Analítica

quarta-feira, setembro 08, 2021

Aquisições para as próximas leituras


A espera acabou, eles finalmente chegaram para incrementar as leituras do Analítica, livros que há muito tempo estavam na lista de leitura do blog e não resisti em adquirir.

São eles: Torto arado (Itamar Vieira Júnior), Hibisco roxo (Chimamanda Ngozi Adichie), Laços de família (Clarice Lispector), Quarto de despejo: diário de uma favelada (Carolina Maria de Jesus), Olhos D'Água (Conceição Evaristo) e Mensagens (Fernando Pessoa). Aguardem as próximas leituras!


Por Analítica


Rio Guará em São Desidério, Bahia

Rio Guará

Às margens do Rio Guará, próximo aos povoados de Angicos e Vereda Grande, localizados a mais de 120 km da sede de São Desidério, e também próximo do município de Correntina, o turista encontra duas opções de lazer, o Bar Beira Rio e o Rancho Vale Encantado, situados em propriedades particulares

Banhos revigorantes, lindas paisagens, ambientes aconchegantes e hospitaleiros que proporcionam contato com a natureza e o cliente pode ainda se aventurar em emocionantes passeios de barco. Os balneários ofertam ainda uma variedade de bebidas e deliciosos pratos típicos da culinária local e regional.

O horário de funcionamento desses atrativos turísticos é das 08H às 17 horas de quarta-feira a domingo. Os locais também ofertam a opção para camping. É necessário fazer reserva. Seguem algumas fotos do Rancho Vale Encantado:  







Arara Lara








Como chegar: Partindo de São Desidério sentido Correntina pela BR 135, depois de passar por Inhaúmas, entrar na estrada de acesso ao povoado de Guará (onde existe uma placa de sinalização com o nome do povoado). Seguir por estrada de chão até os povoados de Puba, Vereda Alegre e depois sentido Angicos. O Departamento de Turismo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São Desidério pode indicar um guia turístico pelo telefone (77) 3623-2801.

Contatos para reserva:
Bar Beira Rio, sob responsabilidade de Diego (77) 98863-5186
Rancho Vale Encantado aos cuidados de Lívia e Eduardo (77) 99821-9173 
Formas de pagamento: Dinheiro ou Pix

Por Analítica

terça-feira, setembro 07, 2021

7 de Setembro (Antes e Depois - A reconstituição da foto)

1991

2017




26 anos separam essas duas fotos que representam minhas primeiras lembranças de Desfile Cívico de 7 de Setembro.

A primeira foto é de 1991, ao lado de minha irmã @vieiras.luciane , prestigiando o meu primeiro Desfile Cívico. 

Eu adorava essa jardineirinha vermelha, tanto que pedi para uma costureira a reproduzir para que minha sobrinha/afilhada Maria Clara a usasse na segunda foto, realizada em 2017, numa tentativa de 'reconstrução' da primeira foto, onde eu apareço na versão de baiana (papel de minha irmã), ao lado de minha sobrinha, que faz a minha versão. 

A foto de 2017 também foi produzida ao final do Desfile Cívico, no mesmo local, em frente à antiga sede do Banco do Brasil em São Desidério-BA, e contou com a participação dos figurantes @annasizaltina , @walsfranca e @tulio_fleury (que aparecem ao fundo) juntamente com crianças que estavam de passagem no momento e foram convidadas para reproduzir esse instante fotográfico. 

Por Analítica 
Fotos: Arquivo Pessoal

Dica de Leitura: Amar, verbo intransitivo (Mário de Andrade)

  “As conveniências muitas vezes prolongam a infelicidade”. Em ‘Amar, verbo intransitivo’, embarcamos com Mário de Andrade, em uma obra cara...