sexta-feira, março 31, 2023

Coisas humanas (Karine Tuil)


“Nascíamos, morríamos; entre os dois com um pouco de sorte, amávamos, éramos amados, isso não durava muito, cedo ou tarde acabávamos sendo substituídos. Não havia razão para se revoltar, era o destino invariável das coisas humanas”, página 313.

Em ‘Relações humanas’, da autora  Karine Tuil, questões atemporais, a exemplo das redes sociais, abuso sexual, feminismo, terrorismo, são temáticas constantes debatidas durante a obra da literatura francesa, publicada em 2019.

O enredo se desenvolve em torno da tradicional família Farel, do casal Jean e Claire, que levam uma vida de aparências. Ele, um renomado jornalista de TV que recebe personalidades famosas em seu famoso programa, mas sofre de traumas e faz uso de remédios controlados. Claire é uma ensaísta feminista, 30 anos mais jovem que o marido. O jovem Alexandre é o único filho do casal. 

O ápice da história se dá quando Claire abandona o marido para viver com o professor judeu, Adam, que tem uma filha, Mila. Após um episódio de uma festa regada a drogas, Alexandre se envolve com Mila que o acusa de estupro, fato que contribui para a queda da reputação de família perfeita dos Farel, pois o acontecimento ganha grande repercussão na mídia e de movimentos como o #metoo. 

A autora reserva muitos momentos marcantes que mexem com a imaginação e prende a atenção do leitor, trazendo reflexões profundas acerca do que um simples instante, pode contribuir para trazer discussões profundas acerca da natureza humana. Com curadoria de Tatiana Salem Levy, a obra marca a terceira indicação do ano da Tag Curadoria. 

“As relações humanas parecem destinadas à traição e ao fracasso”.

Por Analítica

sexta-feira, março 10, 2023

Migrações (Charlotte McConaghy)

 


"Os impactos de uma vida pode ser medido pelo que ela oferece e pelo que deixa para trás, mas também pode ser medido pelo que ela leva do mundo". Da autora australiana Charlotte McConaghy, 'Migrações' traz a história da jovem faxineira Franny Stone. Ela embarca no navio pesqueiro Saghani, para acompanhar a última migração de andorinhas para a Antártida. Narrado em primeira pessoa pela protagonista, ela detalha grandes aventuras compartilhadas com outros companheiros de bordo, como o professor e pesquisador de aves migratórias, Niall Lynch, e o comandante do navio, Ennis Malone. Em uma narrativa leve, a autora aborda questões voltadas a temáticas ambientais com foco em animais em extinção. 

"O vento está tão forte quanto antes, mas é o suficiente para levantar as cinzas e carregá-las ao encontro das penas brancas esvoaçantes até que eu não consiga dizer onde elas terminam e os pássaros começam".

Por Analítica

Dica de Leitura: Amar, verbo intransitivo (Mário de Andrade)

  “As conveniências muitas vezes prolongam a infelicidade”. Em ‘Amar, verbo intransitivo’, embarcamos com Mário de Andrade, em uma obra cara...