terça-feira, setembro 10, 2013

Uma lembrança do jornalista Rodrigo Manzano




Há poucos dias recebi o email de um colega perguntando se eu soube da morte de Rodrigo Manzano. Fiquei chocada! O jornalista e professor da ESPM, faleceu aos 35 anos, no dia 20 de julho, no Hospital Villa-Lobos, onde estava internado em São Paulo, vítima de complicações decorrentes de duas cirurgias a que foi submetido. Ele era responsável pela editoria de Mídia de Meio & Mensagem, desde janeiro do ano passado e foi diretor editorial da revista Imprensa, a qual sou assinante há sete anos.

Em 2008, durante o Congresso de Comunicação em Natal, RN, tive o prazer de conhecê-lo. Ele estava na cidade para ministrar uma oficina sobre revista na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde acontecia o congresso. Não tive oportunidade de participar dessa oficina. Lembro-me que ainda percorri a faculdade na esperança de poder encontrá-lo, sem sucesso.
  
Mas por ironia do destino, a viagem foi marcada por muitas surpresas e uma delas aconteceu na manhã de sexta-feira, penúltimo dia de congresso. Eu e meus quatro colegas (Anton, Bruna, Thiara e Simone), não tínhamos atividade e fomos à praia de Ponta Negra, onde de repente, o Rodrigo apareceu do nada, passeando com trajes de banho. Anton fez a ponte entre nós. Apesar da alta temperatura, ali mesmo debaixo daquele sol escaldante foi muito prazeroso conversar com ele por alguns minutos sobre o novo formato da Revista Imprensa, que naquela ocasião acabava de completar 20 anos e registrar este momento.

Rodrigo Manzano era graduado em comunicação social/jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e mestrado na PUC-SP, era professor das disciplinas de Teoria do Jornalismo e Teoria da Comunicação I no curso de graduação em jornalismo da ESPM. Também foi professor convidado do curso de especialização em gestão e produção em jornalismo na PUC-Campinas.


segunda-feira, setembro 02, 2013

Meu pai, meu ídolo




Em agosto, além de comemorar o dia dos pais, no segundo domingo, também é especial para mim por ser o mês do aniversário de meu pai Angenor, dia 31, meu painho que amo muito. Ele simplesmente é o meu maior exemplo, o modelo de honestidade, de caráter, de superação, de pai, de homem. Ele sempre me incentiva e me aconselha nos momentos mais difíceis em que sinto medo, dúvidas e preciso de atenção.

O que temos em comum talvez seja a inquietação. Eu o desafio, e ele me desafia. Mas eu adoro quando ele enfim se rende aos meus argumentos e percebe que tenho razão e que eu cresci. Tudo bem que quando era pequena, ele a jogou fora minha fita cassete da Xuxa, que deu problema de tanto que eu a ouvia. No instante em que o pedi para arrumar, ele egou a da minha mão e a jogou do outro lado da rua. Ele haje rápido! Mas a nossa comunicação é muito boa, e esse, acredito que seja o motivo pelo qual nos entendemos bem e eixo norteador para que eu conseguisse sua confiança. Sempre com diálogo. Ele é meu amigo, meu confidente. Somos sete irmãos e nas minhas lembranças da infância bastava que meu pai olhasse de lado e com o semblante fechado, já entendíamos que ele estava nos repreendendo por algum erro.

Ele sempre trabalhou fora e a casa só estava completa com sua presença. Às vezes quando eu já estava dormindo, ouvia o barulho do caminhão chegando em frente casa, e isso me fazia sentir mais tranquila e segura. Ele abria a porta do quarto para nos ver. Aliás isso é algo que ele faz ainda hoje, principalmente aos domingos pela manhã. Outras vezes eu e meus irmãos íamos encontra-lo na praça do antigo Mercado Municipal, onde ele também costumava estacionar o caminhão. Depois de abraça-lo, retornávamos para casa juntos.

Em épocas em que a família era grande, os domingos costumavam ser animados. Era o único dia em que a mesa era afastada da mesa. As panelas eram grandes e fartura nunca faltou, principalmente aos domingos quando galinha caipira preparada por minha mãe era um prato exclusivo. Lembro que uma vez minha catequista perguntou o que meus pais faziam para manter a família unida e eu lembrando desse fato comum nos nosso domingos lá em casa respondi que minha mãe fazia “galinha caipira”. À tarde depois que painho acordava todos íamos para o quintal e ele partia uma saborosa melancia.
Meu pai nasceu no povoado de Ponte de terra e perdeu seus pais muito cedo, por isso foi criado com seus padrinhos Anezima e Manoel. Teve uma infância pobre, limitada e desde cedo confeccionava seus carrinhos e caminhões de brinquedo, motivo que o incentivou a buscar com persistência seu maior desejo, o de se tornar autônomo ao adquirir seu primeiro caminhão, sonho que se concretizou somente aos 52 anos. A data ainda lembro, era 20/02/2002.

Apesar de cursar até a 4ª série do antigo primário, seu senso de autodidata se configurou em rimas dos versos do Testamento de Judas, que são relatos em forma de versos de cunho jocoso acerca de personagens e da história de São Desidério, realizado por ele aos sábados de aleluia em praça pública. Mas este é um assunto que quero tratar com mais ênfase em outro texto. Penso que herdei um pouco dessa sua sensibilidade para a escrita, versos, rimas e que isso de certa forma contribuiu para me tornar uma jornalista. Penso também que ele poderia ser um bom repórter, pude comprovar isso durante seu acompanhamento a algumas viagens no período em que eu e minhas colegas Jackeline e Luciana buscávamos histórias para embasar nosso livro-reportagem Um rio de histórias, um projeto que ele apoiou. Sempre de vez em quando ele opina sobre alguma coisa que deveria escrever, como por exemplo uma das primeiras árvores plantadas na avenida JK desta cidade, como já contei por aqui. Ah! Ele também gosta de tirar muitas fotos e fazer seus registros. Essa é outra característica comum entre nós.
Uma de minhas descobertas foi saber que ele toca flauta rústica. Sempre soube que ele gosta muito de samba, mas não sabia que ele dominava esse instrumento. Le não fica parado, mesmo nos fins de semana sempre está a procura de algo para fazer, consertar. Gosta de acompanhar vaquejadas, ligar o som do carro bem alto e tomar sua cervejinha de vez em quando. Mas também é muito teimoso!

Muitas vezes pode ser difícil reunir todos os irmãos, mas acredito que todos se espelharam um pouco na personalidade de painho, admiram o seu esforço para conquistar seus objetivos porque ele trabalhou tanto desde pequeno, quantas noites mal dormidas para dar o sustento a família, tantas vezes que sentiu fome, frio e dor sem ter ninguém por perto para ajudá-lo. Por tudo isso e muito mais é que o amo muito. Que Deus o abençoe e lhe dê saúde para continuar alegrando e influenciando seus filhos a ser pelo menos um pouco do que ele é.

quarta-feira, agosto 21, 2013

Esta é minha querida avó, dona Sizaltina, mais popularmente conhecida como dona Si. Mãe de cinco filhos, avó de 16 netos e bisavó de sete bisnetos. Com meu avô Jose de Santana, mais conhecido como Zé Magro (falecido em 2010), ela se casou aos 20 anos e teve a felicidade de viver um matrimônio de 60 anos. No último dia 21 ela comemorou 82 anos de vida com muita saúde graças a Deus, não fosse a lamentável osteoporose no joelho direito, sua única patologia.

Avó é como segunda mãe. Lembro-me de quando ainda pequena costumava brincar na casa da vó com minhas primas. O quintal cheio de plantas, o pé de manga onde costumávamos subir e das aulas de ponto de cruz que tinha como mestra a mais exímia das bordadeiras que São Desidério poderia ter. Uma arte que foi passada para nós, suas netas. As primeiras aulas eram reservadas a pequenos pedaços de étamine que aos poucos era preenchido com desenhos que ganhavam formatos de laranjas, maças, losângulos. A vó nos cobrava que o avesso do bordado fosse limpo, só depois disso é que começávamos a fazê-los em guardanapos, panos de pratos e posteriormente aprendíamos a bordar nossos próprios nomes em toalhas de banho, fase que já assinalava progresso. Aquelas que se dedicaram mais alçaram bordados em almofadas, caminhos de mesa, panos de fogão, entre outros. Mas talvez o sonho das netas seria dominar bordados considerados maiores como as enormes toalhas de mesa, denominadas de banquete que só a vó fazia e que por vezes exigia meses de trabalho. Uma das características de seu bordado é que o fazia com amor e muita dedicação e por esse motivo ela costumava receber muitas encomendas da cidade e até mesmo de outros estados. O bordado sempre deu o tom da ornamentação na casa da vó, seja por sobre o fogão, a mesa da sala, da antiga prateleira da cozinha, no aparador do filtro, na velha máquina de costurar encostada na copa.


O vô e a vó
Ah! E como esquecer das lapinhas. Cresci a vendo montar o presépio na primeira sala. Dia 24 de dezembro era um movimento na casa da vó. É só fechar os olhos e ainda sinto o cheiro da cola que ela fazia com a tapioca utilizada para fixar o papel no antigo giral, posteriormente preenchido com as plantas, a areia, os santos e muita luz para enfeitar o presépio. Era feita toda uma preparação para a reza da lapinha e uma delas, a que eu mais gostava era do dia em que eram feitos os biscoitos também chamados de petas, pois na casa da vó havia um forno à lenha. Depois da aula íamos para a casa da vó ou passávamos por lá no turno oposto da escola para comer a peta quente molhada na mesma massa crua. Depois que as petas ficavam prontas era a vez da netaiada entrar em ação e ajudar a fazer o ginete, que para muitos trata-se de um biscoito doce que costuma não render muito depois de assado. Na casa da vó esse era o momento mais esperado, visto que nós, sentadas na disposição de uma roda, cada uma com sua devida fôrma e um bolo de massa em mãos, a medida que dávamos formato ao biscoito na bandeja sobre o colo e no ausência da vó essa era a oportunidade para saborear a deliciosa massa crua. E quando a vó retornava lá estávamos com as bochechas alteradas. E era nos repreendia sorrindo:

- Por isso que o ginete não rende aqui!. E riamos.

Cabeça branquinha, voz tranquila, corpo encurvado pelo tempo e pelo ofício do bordado, vó é dona de um dos sorrisos mais contagiantes. Na casa laranja, ao lado do Centro Cultural, na rua Dr. Valério de Brito a imagem de uma senhora sentada em sua cadeira de couro ao entardecer é convidativa para uma boa prosa que possa talvez lhe arrancar uma de suas altas gargalhadas.

sexta-feira, agosto 09, 2013

quinta-feira, agosto 08, 2013

Peculiaridades do Arraial da Penha em Barreiras BA

As éguas Zafira e Paquita 







Igreja de Nossa Senhora da Penha




Queijadinhas, importante iguaria produzida em Arraial da Penha  



Preparo do doce de maracujá  


Entrada da Fazenda Água Doce

Mansão da Água Doce, que na época de Geraldo Rocha acolheu os presidentes Eurico Dultra e Getúlio Vargas
 






quarta-feira, junho 26, 2013

Sobre a trilogia Cinquenta Tons de Cinza




É a primeira trilogia que li. A narrativa da autora E. L. James, é tipicamente literária, carregada de detalhes e exageros, que com o decorrer do enredo se torna um pouco chata e cansativa. Os personagens se conhecem e se deixam seduzir e influenciar um pelo outro. A narrativa totalmente descritiva ocorre em primeira pessoa, contada pela ótica de Anastacia. Suas impressões e sentimentos. Somente no final dois dos principais capítulos são descritos na versão do protagonista Grey. 

O enredo do primeiro livro “Cinquenta tons de cinza”, conta a história de Christian Grey, um jovem magnata que construiu seu patrimônio com menos de trinta anos, com esforço e um pouco de sorte. Misterioso, charmoso, sedutor e ciumento, ele aparece por acaso na vida de Anastasia Steele, estudante de literatura, simples e inocente que não consegue resistir aos seus encantos. A tentativa de Anastasia em entender e aceitar ser submissa de Grey e sua decepção com Christian, marcam esse primeiro volume. 

No segundo livro, “Cinquenta Tons Mais Escuros” há a presença de um pouco de suspense. A autora dá minunciosamente pinceladas sobre o passado de Grey por meio de pistas que surgem durante a narrativa, detalhes que vão fazendo Ana entender os motivos que tornaram Christian dominador. Muito curiosa, Anastasia consegue aos poucos adquirir a confiança de Grey, agora que o romance aparenta mais sólido. A narrativa nesse segundo volume por vezes se torna cansativa.

Em “Cinquenta Tons de Liberdade” o relacionamento, embora oficializado é marcado por brigas e Ana busca manter sua independência. Com o desenrolar da história, Christian adquiri uma transformação ao tentar se libertar de traumas do passado. Os dois percebem o quanto essa transformação amadurece o relacionamento.

terça-feira, junho 25, 2013

São Desidério "Verás que um filho teu não foge à luta"














Uma manifestação com o nome “Verás que o filho teu não foge à luta”, em apoio aos protestos por melhorias no país que estão acontecendo em diversas cidades, marcou a tarde de  terça-feira (25). 

Realizada pelo Grêmio Estudantil da Escola Estadual Presidente Médici, em São Desidério, mobilização começou através das redes sociais com adesão principalmente da juventude. Rostos estampados de verde e amarelo, e nos cartazes as principais pautas. A nível nacional, contra a aprovação da PEC 37 e a corrupção. Estadual, a ausência de professores. Para o município, melhorias na educação, segurança pública, saúde e contra o valor da passagem e qualidade do transporte público interurbano.


“Embora coletivo cada expressão do movimento é individual e apartidário como todo movimento estudantil que se preze, que não deve ter ideologias políticas”, disse o professor Georghinton Diego.
 





Dica de Leitura: Amar, verbo intransitivo (Mário de Andrade)

  “As conveniências muitas vezes prolongam a infelicidade”. Em ‘Amar, verbo intransitivo’, embarcamos com Mário de Andrade, em uma obra cara...