terça-feira, fevereiro 01, 2011

E já era já vem de lá prá cá!

São muitas as lembranças do tempo de Ensino Médio. Em um desses episódios foi o dia em que pensei que a escola estava desabando. Estudávamos o 3º Ano em uma turma de mais de 40 alunos. Era uma tarde nublada e mais uma aula de redação. De repente um barulho estrondoso do lado de fora do colégio. Parecia que alguma coisa estava desabando.


Lembrei-me então de certa vez em que parte do telhado de uma das salas havia caído ainda quando estudávamos a 8ª série no mesmo Colégio. Por sorte não acontecera nada visto que era um final de semana. Conhecedora do histórico trágico da escola e agora na nova situação que se apontava não podia ficar ali. Fui a única a levantar e rapidamente pegar a bolsa que estava em cima da mesa e ir em direção à porta gritando eufórica:

- E já era. Já vem de lá pra cá.

Isso porque o barulho parecia vir dos fundos da sala para frente onde me encontrava. Fui impedida pela professora que em resposta a minha insistência batia a porta. Enquanto isso a diretora passava tranquilamente no pátio e veio ver o que estava acontecendo. Quando me dei conta de que não era nada do que pensava olhei para trás e vi que os colegas continuavam sentados e rindo de mim. Na pressa não percebi que peguei a bolsa vazia e deixei todo o material em cima da mesa. A diretora logo explicou que não era nada de mais, se tratava apenas de uma caçamba que descarregava pedras, próximo ao Colégio.

Por Ana Lúcia Souza em 1º de fevereiro de 2011

A importância do pensar em uma sociedade digital

Internet, celular, IPTV, Orkut, Facebook, sites de busca. Na sociedade contemporânea a realidade é tecnológica e o poder que a institui e a mantém é o mesmo que provoca o abismo digital das classes. Ao longo dos anos, com as revoluções tecnológicas alteraram o cotidiano das pessoas, provocando uma apartheid social, entre ricos e pobres. De um lado os off-line e do outro os on-line.

Não se pode ignorar a descaracterização ou erosão provocada pelos avanços tecnológicos cada vez que se tenta acompanhar o padrão estabelecido pelo poderio tecnológico. Essa lógica exige a rápida adaptação à tecnologia, ela se faz a todo custo, mesmo quando não existem condições suficientes.

Talvez a maior de todas as consequências seja mesmo a vivência dessa tecnologia que tudo facilita e permite o empobrecimento intelectual em seus usuários que estão se esquecendo ou ignorando a importância do pensar. Quer exemplo disso? É comum a preferência das pessoas em recorrerem à internet e encontrarem uma pesquisa pronta, resumida e superficial à leitura de um livro que traz em sua essência uma diversidade de informações mais completas. Ou até mesmo assistirem a cinco telejornais por dias com as mesmas notícias ao aprofundamento do mesmo assunto em uma revista.

É certo que entre muitos benefícios, as novas mídias contribuíram para reduzir as distâncias, manter o relacionamento entre as pessoas, informações em toda parte, em tempo real. Mas a mesma veracidade com que as notícias são veiculadas e com o direito que é dado a toda pessoa de produzir informação da forma como lhe convém, a credibilidade da informação deve ser primordialmente contestada.

Por Ana Lúcia Souza em 31.01.2011

Dica de Leitura: Amar, verbo intransitivo (Mário de Andrade)

  “As conveniências muitas vezes prolongam a infelicidade”. Em ‘Amar, verbo intransitivo’, embarcamos com Mário de Andrade, em uma obra cara...