quinta-feira, junho 17, 2010

O Asa arrêa a galera meu irmão!


Vocalista da banda, Durval Lélys

Sábado 12 de junho não foi apenas o dia dos namorados, era também o dia do Asa de Águia em Barreiras, um dos shows mais esperados do ano. Afinal são quase cinco anos após a apresentação em São Desidério durante a Festa da Paz em setembro de 2005, e 14 anos que estiveram em Barreiras. Na terça-feira que antecedia ao show, os esforços eram para adquirir os ingressos o mais rápido possível. Nunca imaginaria que pudesse percorrer a cidade de ponta a ponta na tentativa de encontrar o vendedor de ingressos que circulava em uma moto bis em tempo que fazia a divulgação do show. Eram mais de 21h30min. A piada da noite foi ficar em frente ao Bar do Dega, situado à Avenida JK por mais de meia hora esperando o vendedor passar sem saber que o bar era também outro local de venda. Essa até minha mãe sabia! Mas ao final, ingressos adquiridos aumentavam as expectativas.

Sábado à tarde últimos reparos no abadá. Sábado à noite 19h59min e lá estávamos na rodoviária à espera do ônibus. Eu, o namorado Marcos, my sister Six, Vinicius, Túlio e Wall. Fui a primeira a entrar no ônibus. Será que estava mesmo com vontade de ir? Não estava frio no Parque de Exposições Engenheiro Geraldo Rocha. Agora. Já não sabia mais como era curtir um show assim sem precisar fazer cobertura, entrevistas, perdendo os melhores momentos enquanto queria estar mesmo dançando, pulando, gritando.

Enquanto o show não começava uma banda fazia a festa em um trio. Um helicóptero de cor preta que sobrevoava o parque estava escrito Asa de Águia. Cada vôo rasante animava a multidão e parecia testar o público. “Que galera é essa meu irmão?”.


Da esquerda para a direita, Vinicius, Anna Six, Marcos, Ana Lúcia, Wall e Túlio

Terminava a apresentação da primeira banda e o público corria em direção a outro trio posicionado ao final da pista. E lá estava ele. Durvalino Meu Rei, que não só canta, mas encanta o público com sua graça ao longo de 22 anos de Asa. O início do show foi marcado pelo vale night, um dos principais sucessos do carnaval deste ano.
Foi aquela euforia. Paralelo ao trio descia a multidão enlouquecida embalada ao som das músicas da melhor banda de axé de todos os tempos. Muitos casais de namorados curtiram o dia dedicado a eles aos versos de “Dia dos namorados, nós dois abraçados a sós”,.... “Me abraça, me beija, me chama de amor”,... “Porque eu sou louco por você lá no farol”.

Não havia mais nenhum espaço. Calor e muita cerveja para o ar. Muitos que estavam no camarote fizeram questão de descer à pista que por sinal estava mais repleta, mais animada e por isso mais interessante. Do alto do trio ecoava uma voz que dispensa esforço acompanhada daquele jeito de balançar o corpo enquanto toca a guitarra, do sorriso a cada intervalo dos versos e do levantar das sobrancelhas, características que fazem do semblante de menino malandra de Durval Lélys mais carismático, ainda mais quando grita “O Asa arrêa!” e a galera responde “arrêa, arrêa, arrêa, arrêa”. Literalmente, é mesmo de ficar arreado! E quando o show acabou, veio o frio, o zumbido na cabeça, e as músicas, na veia.

Produzido por Ana Lúcia Souza em 17.06.10
Fotos: Ana Lúcia Souza e Simone Chaves

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Dica de Leitura: Amar, verbo intransitivo (Mário de Andrade)

  “As conveniências muitas vezes prolongam a infelicidade”. Em ‘Amar, verbo intransitivo’, embarcamos com Mário de Andrade, em uma obra cara...