segunda-feira, abril 26, 2021

O Ateneu (Raul Pompéia)

 


"Vais encontrar o mundo, disse - me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta", página 03. Entre  as principais recordações, frustrações, amizades, intrigas, aventuras, relacionamentos conturbados e as tentativas de adaptação no colégio interno, Sérgio, personagem principal deste enredo, vai narrando a experiência de dois anos que viveu dentro dos muros do Ateneu.

Para diversificar as leituras, em abril o Analítica optou também por este clássico da Literatura Brasileira, obra escrita em 1888 e dividida em 12 capítulos. Do consagrado escritor Raul Pompéia, a história é baseada na própria experiência do autor, enquanto interno no Colégio Abílio no Rio de Janeiro.

Alguns marcos da narrativa se referem a alguns relatos sobre as dificuldades do relacionamento do personagem central Sergio com o diretor Aristarco Rebelo, com críticas às diversas situações de crises, miséria moral, hipocrisia marcadas pelo sistema educacional da época. 

"Onde meter a máquina dos ideais naquele mundo de brutalidade que me intimidava com os obscuros detalhes e as perspectivas informes escapando à investigação da inexperiência? Qual o meu destino, naquela sociedade que o Rebelo descrevera horrorizado, com meias frases de mistério, suscitando temores indefinidos, recomendando energia como se coleguismo fosse hostilidade?", página 22.

A indicação dessa leitura surgiu de uma discussão em um encontro da Tag Curadoria Barreiras sobre o livro 'Moisés Negro', de Alain Mabanckou, que também trata sobre a rotina de garotos internos em um orfanato. A semelhança dos enredos entre os dois livros chamou a atenção e por também já ter ouvido falar sobre 'O Ateneu', achei pertinente a leitura para o momento. É uma ótima indicação para quem adora ler sobre memórias com um final interessante e repleto de nostalgia. A partir de agora o Analítica irá inserir com mais frequência obras da Literatura Brasileira em suas leituras. 

"Aqui suspendo a crônica das saudades. Saudades verdadeiramente? Puras recordações, saudades, talvez, se ponderarmos que o tempo é a ocasião passageira dos fatos, mas, sobretudo - o funeral para sempre das horas", página 120.

Por Analítica

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