sexta-feira, agosto 31, 2012

Grandes amigas



Dona Fátima e Michelly na formatura em 2011
Amizades verdadeiras são cultivadas mesmo que a distância. Em 1998 conheci Michelly quando juntas coordenamos o grupo de coroinhas da Igreja Católica em São Desidério, em tempos em que o Pe. Eraldo, seu tio, era o pároco da cidade. Em 1999 estudamos juntas a 6ª série. No ano seguinte ela regressou a sua terra natal, Monteiro – PB. Nos correspondíamos por cartas nesse período. Cursamos a 8ª série em 2001, quando ela retornou a São Desidério com sua mãe, dona Fátima e Seu Pedro, o avô, falecido em 2006. Sempre tive um carinho muito grande por ela sua mãe, desde os tempos da casa paroquial, o primeiro local onde residiram em São Desidério.

A vida nos direcionou rumos diferentes, mas a amizade sempre foi a mesma. Em 2006, Michelly se mudou para Brasília onde graduou em Ciências da Computação em 2011. Há cerca de dois anos esteve morando em companhia de sua mãe. Era tão bom ir visitá-las e saber que sua mãe tinha um carinho por mim. Um cuidado de mãe dedicada que me fazia sentir como se eu estivesse em minha própria casa. Em algumas dessas visitas, atendendo a seu pedido fiz uma de minhas macarronadas, e ela degustou prazerosamente.

Turma de coroinhas em 1998 e o Pe. Eraldo
A voz delicada, o jeito simples de conversar, de aconselhar e a força de vontade em encarar sua vida. Mesmo diante de seus problemas de saúde, quando eu ia visita-la, nunca a presenciei reclamar. Isso marcou o nosso último encontro numa manhã tranquila de janeiro deste ano, na qual tivemos uma conversa agradável. Falamos de família, amizade, recordações, trabalho e futuro. Ela era muito especial. Seu semblante transparecia vida. Sua alegria e suas palavras me fortaleceram tanto naquele instante.

- “Não adianta preocupar tanto. Só viva porque a vida é tão boa. Se você sentir vontade de cantar. Cante. Louve a Deus com sua voz. Agradeça a ele por tudo. Pela saúde para viver que é o mais importante”.

Disse-me ainda que ela era muito grata a Deus pela vida que tinha, da filha maravilhosa e dedicada que está construindo o seu futuro. Depois disso nos abraçamos. Não sei por que essas foram as palavras que primeiro lembrei quando soube que ela havia partido, na noite do último 17 de agosto. Tenho certeza que embora não deixasse se abater pelo seu sofrimento, sua fé era tamanha, que Deus preparou-lhe um lugar especial. Descanse em paz amiga! Sempre lembrarei daquele sorriso na última vez que nos vimos e da força que me passou naquele momento. Saudades!

Por isso foi estranho voltar aquele apartamento sem sua presença física naquela manhã de domingo 19. Mas, pude reencontrar o Pe. Eraldo e conhecer dona Deza, amiga da família, a tia da Michelly Ana Paula e a prima Dilma, além de rever a companheira felina Mel. Melhor de tudo foi abraçar minha amiga Michelly. Era tudo o que podia fazer além de oferecer minha amizade sincera para o resto da vida.



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