O Analítica traz como dica de leitura de março, mês dedicado a homenagens ao Dia Internacional da Mulher, o livro 'A mulher entre nós, ela não é quem você pensa', obra da literatura norte-americana escrita pelas autoras Greer Hendricks e Sarah Pekkanen.
Com 343 páginas e dividido em três partes, apresenta uma narrativa intrigante norteada por duas personagens. De um lado Vanessa, uma mulher de 37 anos recém divorciada. Do outro, Nellie, uma jovem prestes a se casar. No centro do enredo está Richard, um homem rico, ex-esposo de Vanessa e noivo de Nellie.
Narrada em primeira pessoa à princípio, a história é marcada por pensamentos de Vanessa, por vezes ela revive momentos que passou ao lado de Richard. "Fecho os olhos e me lembro da noite em que usei um vestido quase igual a esse. Richard chegou em casa com uma caixa branca grande, decorada com uma fita vermelha. 'Use hoje a noite', ele disse quando experimentei. 'Você está linda'. Bebemos champanhe no evento de gala da companhia de dança. (...). Ele pôs a mão na parte inferior das minhas costas. 'Esqueça o jantar', murmurou no meu ouvido. 'Vamos para casa'", página 20.
Vanessa dedicou total exclusividade ao matrimônio e ao desejo do casal de ter filhos, um sonho que resultou em várias tentativas frustradas. Seus pensamentos perseguem Richard e se tornam uma obsessão. "Enquanto mexo meu café, imagino se Richard está preparando uma bandeja para levar na cama para seu novo amor, sonolenta e aquecida sob edredom fofinho que compartilhávamos. Vejo os lábios dela se curvarem em um sorriso quando afasta a coberta para ele entrar. Costumávamos fazer amor pela manhã. 'Não importa o que aconteça durante o resto do dia, pelo menos tivemos esse momento', ele dizia" Páginas 18 e 19.
Não satisfeita com o fim do casamento, o fato do ex-marido se casar de novo a tormenta. "Richard está noivo. Meu marido vai casar com aquela mulher. Vou até um provador, encosto na parede e deslizo até o chão sentindo o carpete queimar minhas coxas. Seguro a cabeça entre as mãos e começo a chorar", página 25.
Aos poucos, com o desdobrar da narrativa vão surgindo indícios de que Vanessa sempre soube da traição de Richard, mesmo ainda quando eram casados. "Uma noite quando ainda eramos casados segui Richard até onde ele morava e fiquei esperando em frente ao prédio. Ele entrou com um buquê de rosas brancas e uma garrafa de vinho. Eu poderia ter batido na porta, entrado, gritado com Richard, exigindo que fosse para casa. Mas não fiz nada daquilo. Voltei para casa e, algumas horas depois quando Richard chegou eu o recebi com um sorriso. 'Tem comida. Quer que eu esquente?'", página 81.
A narrativa revela uma mulher, que embora soubesse da traição desde o início, se mostra fria e sensata, como enfatiza esse trecho. "Dizem que esposa é sempre a última a saber. Mas não foi o meu caso. Simplesmente preferi fingir que não vi. Jamais pensei que fosse durar. Meu arrependimento é uma ferida aberta", página 81. Ela encontra cada vez mais motivos para tentar impedir esse casamento e evitar que sua história se repita com Nellie.
Na convivência no apartamento da tia Charlote, aquela que sempre esteve ao seu lado, ela vai aprendendo a conviver com o que parece ser o que na vida lhe reservou. "'Não tenho medo de tempestades, porque estou aprendendo a navegar meu barco a vela'. Bom, nunca fui de temer tempo ruim", página 187.
Aos poucos, as autoras revelam tópicos imprescindíveis, detalhes que por hora pareciam sem nexo na primeira e segunda parte da história. E assim a narrativa vai ganhando um desfecho surpreendente. Nos últimos capítulos era impossível pausar a leitura diante do suspense.
Adorei a obra que ganhei de presente da amiga Ivanete no Natal de 2018.
Por Analítica
Foto: Divulgação
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