segunda-feira, setembro 04, 2017

Mulheres marcam presença nos 101 anos de tradição da Pegada do Mastro em São Desidério





Por muitos anos, acompanhar a tradição da Pegada do Mastro para mim, se resumia apenas a chegada dos mastros à sede do município e seu trajeto até a Igreja Matriz. A Pegada do Mastro é uma manifestação cultural e religiosa realizada no primeiro sábado de setembro em São Desidério, que sempre foi marcada pela participação masculina. Este ano, juntamente com alguns colegas participei da tradição, que pela primeira vez, em 101 anos de história, foi marcada pela participação expressiva de mulheres.


A Pegada do Mastro, ocorrida no último sábado 02, antecede os festejos religiosos de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do município, celebrada no dia 19, e do Divino Espírito Santo, dia 20. Com o passar do tempo, a tradição recebeu apoio da Prefeitura Municipal e entrou para o calendário de eventos culturais do município.



História e tradição – No primeiro sábado de agosto, o Capitão do Mastro juntamente com o Imperador e demais organizadores da Festa do Divino e da Padroeira, se dirigem a um local conhecido como Cabeceira da Mamona, a cerca de 06 quilômetros da sede do município, onde são retiradas duas árvores com aproximadamente 15 metros de comprimento cada, que ficam reservadas neste ambiente. Um mês depois, no primeiro sábado de setembro, dia em que ocorre a Pegada do Mastro, essas árvores são trazidas pelos participantes até a cidade, onde são hasteadas com as bandeiras da Padroeira e do Divino, durante os festejos religiosos em frente à Igreja Matriz.



Farofa, cachaça e rodas de samba - Na Cabeceira da Mamona, as farofas são servidas pela organização juntamente com a cachaça que geralmente ficam enterradas de um ano para outro para serem melhor 'apuradas'. Os participantes se põem a dançar em rodas de samba ao som de tambores e instrumentos rústicos que dão o tom do evento, até a hora do retorno à cidade.






Chegada a cidade - No fim da tarde, foguetes anunciam a chegada dos mastros à cidade que é aguardado por muitas pessoas. Até chegar a Igreja Matriz, onde os mastros permanecem até serem hasteados, o cortejo passa em frente a casa de antigos capitães do mastro já falecidos, a exemplo de João Montalvão, Nelson, João Borola, Anacleto e Dazilão, além da casa do Imperador, onde são formados mais rodas de samba.



 
Por Ana Lúcia Souza
Fotos: Ana Lúcia Souza / Florentino Filho / Vinícius Rocha


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