Ex-alunos desfilam no 7 de Setembro
Após alguns anos sem participar do Desfile Cívico pela passagem da Independência do Brasil, eu e outros ex-alunos da Escola Municipal Presidente Castelo Branco, em São Desidério, tivemos a honra de desfilar pela escola. Este ano, o desfile temático, além de retratar os 190 anos de Independência também homenageou os 50 anos do município. Para comemorar este momento, a escola convidou pessoas que fizeram parte de sua trajetória, e que hoje prestam contribuição profissional na sociedade como enfermeiros, bombeiros, médicos, advogados, nutricionistas, engenheiros agrônomos, biólogos, professores, jornalistas, músicos, psicólogos e tantos outros. À frente desse pelotão foi conduzida uma faixa com a seguinte frase de Paulo Freire “Todo amanhã se cria num ontem. Através de um hoje. Temos de saber. O que fomos, para saber o que seremos”.
Reviver esse momento foi sem dúvida inesquecível, pois dessa forma, relembramos com saudade esse fato marcante de nossa vida escolar. Já havia esquecido o escaldante sol de 7 de setembro enquanto aguardava na fila o momento de começar a marchar. E as ordens que a professora direcionava aos alunos enquanto tentava ordená-los. “Vamos lá gente cobrir”. Ou ainda, “direita vou ver”. Sem falar na diretora Necy que fez questão de não ser diferente com o nosso pelotão. “É pra marchar bem bonito e quando chegar em frente ao palanque não quero ver ninguém conversando!”.
E qual não foi nossa alegria ao passar pela avenida JK e ser uma das únicas alas aplaudidas pela comunidade, por nossos familiares e mestres que nos viram crescer e encontrar anos depois nossa verdadeira vocação. O 7 de Setembro de 2012 certamente ficará em nossa memória.
Outras lembranças de 7 de setembro
Outro dia comentava com muita saudade com alguns amigos sobre os Desfiles Cívicos. Da ansiedade e expectativa que sentíamos quando se aproximava o 7 de setembro. Os ensaios e todos os preparativos que fazíamos. Dos carros alegóricos enfeitados em frente às escolas, de experimentar as roupas nas costureiras que costumavam não dormir às vésperas do desfile para finalizar a tempo as indumentárias dos alunos. Ao amanhecer do dia sete costumávamos despertar ao som dos hinos cívicos que circulavam em carro de som pelas principais ruas e nas imediações do palanque – como sempre morei próximo ao local onde o palanque era montado, ouvia nitidamente e era como se isso enaltecesse ainda mais o sentimento de patriotismo e um incentivo a mais para levantar da cama para participar do Desfile Cívico.
Sempre achei muito interessante e até mais divertido participar do desfile usando outras roupas que não fosse a farda, por isso sempre fazia de tudo para convencer minha mãe. Aliás, tenho recordações engraçadas disso. Muitas mães para evitar gastos costumavam tingir as calças dos filhos com anil. E o mais interessante é que elas sempre entravam em um consenso. “Você vai comprar calça nova para sua filha desfilar fulana? É só uma horinha ali mulher, por que você não faz como eu e tinge a calça dela com anil?”. Pronto estava feito! Só lembro que quando o reflexo do sol reluzia no jeans azul tingido ele se tornava lilás. Havia uns colegas engraçadinhos que costumavam rir disso. Mas era divertido. E o bom era que sempre no final do desfile todos costumavam tirar as famosas fotos no jardim da Praça Juarez de Souza.
Em uma das vezes que desfilei vestida com roupas brancas coincidiu que o asfalto da avenida JK havia sido feito recentemente. Eu estudava a 5ª série. A cada passo que marchávamos no compasso do tambor, o solado do sapato grudava no asfalto. Rimos muito nessa época. Outro aspecto lembrado foi a respeito da água. Comprar água mineral era um privilégio. Muitos pais levavam água de casa mesmo e acompanhavam os filhos. Uma das coisas que não gostava muito era na hora de formar a fila, isso porque não conseguia fugir a sina de ficar na frente, pois sempre costumava ser uma das alunas de maior estatura na classe.
Uma de minhas últimas recordações de Desfile Cívico foi no 2º ano do Ensino Médio em 2003, quando desfilei como porta-bandeira do Colégio Médici. Para mim, essa missão só valeria se eu levasse a bandeira do Brasil. No momento em que a fila era organizada em frente à escola, percebi que outra garota também estava com o mesmo objetivo. Sai imediatamente da fila e entrei na sala da diretora e perguntei-a e se eu poderia levar a bandeira. Ela permitiu e apontou para onde a bandeira se encontrava – próximo à porta. Agarrei-a e neste instante surgiu na porta a garota. Não tive coragem de olhar, pois saí imediatamente, mas percebi que ela ficou chateada por eu ter conseguido. O engraçado foi contar essa história um ano depois, no 3º ano e descobrir que a garota se tratava da mesma colega para quem relatava o episódio naquele instante. Rimos muito disso.
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