quarta-feira, dezembro 30, 2020
Retrospectiva literária 2020
terça-feira, dezembro 29, 2020
Ler, plantar, cozinhar, pedalar
Nas horas que se
tornam vazias
E o tempo parece não passar,
São como entretenimento,
E fazem a cabeça parar de preocupar
Os melhores passa-tempos
Tornaram-se hábitos do dia-a-dia
Coisas simples de se fazer
Sem qualquer compromisso, terapia
Ler o que se propõe, intensificar a leitura
Colocar no lugar dos personagens mais marcantes
Do tempo, lugares das histórias dos livros que li
E cristalizar na memória os que foi mais emocionante
Plantar, cuidar das plantas de casa,
Dar mais atenção, cultivar mais flores
Elas enfeitam meu jardim
Dou-lhe nomes e elas dão mais vida, e mais cores
Cozinhar, testar novas receitas
Inventar, como se a receita fosse minha
Tentar, errar, criar, acertar o gosto
Experimentar novos sabores e divertir na cozinha
Sentir o vento bater no rosto,
Contemplar lindas paisagens
E voltar satisfeita e feliz, sem nenhum desgosto
Enquanto tudo é
registrado
E para que disso tudo lembraria
Que horas ruins também passam
E que tudo se ajeita um dia
Enquanto isso continuo a ler, plantar, cozinhar, pedalar
Pois é preciso permitir, viver novos hábitos,
Não preocupar tanto, pois tudo tem seu tempo
E a mudança vem de dentro
Por
Analítica
quinta-feira, dezembro 17, 2020
Minhas lembranças das lapinhas da Vó Si
Nesse período em que se aproxima o Natal, as minhas melhores lembranças estão atreladas a figura da minha avó dona Si (in memorian). Cresci vendo-a montar a lapinha no dia 24 de dezembro, uma tradição que ela iniciou aos 13 anos e manteve por mais de 70 anos. As rezas na lapinha aconteciam nos dias 24, após a missa do galo, e na tarde de 06 de janeiro, dia de Santo Reis. A lapinha era desmanchada em 07 de janeiro.
Enquanto ela mesma conseguiu montar a sua lapinha, costumava fazê-la no dia 24 de dezembro, obedecendo a uma promessa. Lembro de como ela costumava separar as plantas e enfeitá-las com adornos natalinos, do cheiro da cola feita de
tapioca utilizada para colar o papel no velho caixote ornamentado para colocar os
santos, da casa cheia, dos benditos entoados, das comidas servidas após a reza: o licor de jenipapo, da torta, da pêta, do ginete, do delicioso bolo de puba com milho que só ela sabia fazer.
Com o tempo e devido às enfermidades ela já não conseguia ajudar na montagem, mas ficava por perto, observando, agoniada para ver o resultado final e dando seus pitacos: "Ô menina, cadê a boca da lapinha? Vocês não sabem fazer lapinha não. Deixa que eu faço. Eu só vou colocar a mesa e os santos mesmo", declarava.
Nos anos seguintes ela até ficou mais calma e deixou que tomássemos conta de vez de tal tarefa, e sempre acaba aprovando. E como ela gostava de receber em sua casa as pessoas que iam visitar sua tradicional lapinha ou participar das rezas!
terça-feira, dezembro 15, 2020
Leituras de Dezembro: Alegrias da maternidade (Buchi Emecheta) e Moisés negro (Alain Mabanckou)
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