sexta-feira, julho 19, 2019

A Casa do Penhasco (Agatha Christie)



Há algum tempo desejava ler uma obra de Agatha Christie. A Casa do Penhasco não era exatamente a primeira obra que gostaria de ler da autora. Comprei o livro junto com outro de Agatha, ‘Encontro com a morte’, que lerei posteriormente.
Publicado em 1932, A Casa do Penhasco tem como cenário a cidade litorânea de St. Loo, localizada no Sul da Inglaterra. O enredo envolve Hercule Poirot, um detetive às portas da aposentadoria, que acompanhado de seu amigo capitão Hastings, resolvem passar uma temporada em St. Loo, onde tomaram conhecimento de Nick Buckley, herdeira de uma fortuna e também da Casa do Penhasco, que é assim descrita. “Qualquer um poderia se esconder com toda a facilidade sem ser visto por ninguém. Vir da Casa do Penhasco pela estrada até o hotel seria muito demorado”, página 24. Ou ainda: “A casa em si era grande e um tanto sombria. Várias árvores a encobriam, com galhos que chegavam a bater no teto. Ela estava claramente em péssimo estado”, página 25.
Nick afirma estar correndo perigo de vida e deixa transparecer essa impressão ao relatar que já escapou de acidentes. Mas será que seriam esses meros acidentes? Em Poirot, Nick encontra certa confiança e ele tenta a proteger. “Minha linha de trabalho é diferente. Tenho que pensar no inocente, não no culpado. (...) É uma bela jovem, o sol continua brilhando, o mundo é um lugar agradável e ainda tem muito amor e vida pela frente”, página 38.
O assassinato de Maggie Buckley, prima de Nick altera os ânimos dos personagens e dá uma pincelada de suspense no enredo. “Estávamos a uns cem metros da casa e, bem na nossa frente, entre nós e a janela francesa ainda aberta, avistamos uma pessoa caída no chão, enrolada em um xale chinês vermelho...”, página 70.  JOVEM É ASSASSINADA DURANTE QUEIMA DE FOGOS. TRAGÉDIA MISTERIOSA ABALA ST. LOO”, página 92. Poirot faz uma lista de nomes com iniciais de A a J para estudar possíveis suspeitos. Ele tenta encorajar Nick o tempo todo. O detetive planeja também uma farsa da morte de Nick para reunir todos os suspeitos. “Coragem Mademoiselle. Sempre existirá algo pelo que vale a pena viver”, página 98.
A narrativa é relatada em primeira pessoa pelo capitão Hastings. São apresentados detalhes imprescindíveis que contribuíram para eu acreditar que Nick é a mocinha da história o tempo todo, fato sustentado pela autora até o desfecho surpreendente, quando é revelado por meio das investigações de Poirot que Nick na verdade, é a assassina de Maggie porque tinha inveja dela. No último capítulo a autora explica o passo a passo do enredo revelado sob a perspectiva das investigações do detetive Poirot. “– Voilà ! – disse ele. Eis a pessoa K! Foi mademoiselle Nick quem matou sua própria prima, Maggie Buckley”, página 180.
Gostei do estilo da autora, a obra apresenta uma narrativa bem amarrada com riqueza de detalhes, sem pontas soltas e a leitura não é cansativa, pois uma pitada de mistério está sempre sublinhado e a autora prende a atenção do leitor em cada capítulo.
A Casa do Penhasco, li e recomendo!

Título: A Casa do Penhasco
Autora: Agatha Christie
Gênero: Ficção Policial Inglesa
Editora: L&PM Editores

Páginas: 191

Por Analítica

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