terça-feira, julho 12, 2011
Romaria na capital baiana da fé
Eram 10 horas da manhã de sexta-feira 08 de julho, quando romeiros partiram de São Desidério para a 34ª Romaria da Terra em Bom Jesus da Lapa. O microônibus lotado era só mais um dos três transportes destinados para a viagem. Na estrada algumas paradas necessárias para refrescar o calor e o tempo seco que intensificavam a cada vez que aproximava o fim do percurso. Muita música e animação marcaram o trajeto de cerca de 355 km quando pouco mais de 16 horas os fiéis chegaram à capital baiana da fé. Ao mesmo tempo, ônibus desembarcavam outras caravanas. Na Romaria da Terra é assim, pessoas se deslocam de várias regiões da Bahia, de outros estados e até mesmo de outros países para participarem desta que se tornou um dos maiores eventos religiosos do país.
Enquanto pedestres, carroças, motos, bicicletas e outros transportes disputam espaço entre as vielas próximas ao Santuário de Bom Jesus da Lapa, o comércio se fortalece pela venda de artigos religiosos. Aos gritos, vendedores ambulantes tentam ganhar o sustento. O colorido das fitas, uma das marcas do romeiro se mistura ao dos chapéus, símbolo característico do município representado na figura de orelhões espalhados por toda a cidade. Vale de tudo para chamar a atenção do freguês, até mesmo expor animais para fotografias. Hotéis e pousadas em grande número, assim como residências disponíveis para alugar encontram-se lotados a esta época do ano.
A cruz, o principal sinal da romaria lidera os grupos que caminham entre as ruas, e vão rezando e cantando “Romaria da Terra faz o povo reunir....”, e sempre se encontram na grande esplanada do santuário que é um dos mais antigos do Brasil. Entre plenários, procissões, ofício de Nossa Senhora, missas e celebrações o romeiro vai se encontrando na programação que começa desde às 05h30. Este ano as discussões tiveram como foco o tema central “Mudar o sistema, não o clima”. Mas o romeiro também teve espaço para se divertir, seja na noite cultural regada a muito forró ou no aconchego da pracinha principal.
A subida ao morro é o ponto alto da romaria. Por alguns instantes os devotos adentram por uma fenda na rocha e só depois de alguns minutos saem já próximo ao topo do morro, onde está cravada uma cruz. Lá aproveitam para pagar promessas pelas graças alcançadas, fazer pedidos ou simplesmente apreciarem uma vista belíssima do Rio São Francisco e da cidade.
Um pouco de história – Localizada a 796 km da capital Salvador, Bom Jesus da Lapa é banhado pelo Rio São Francisco. Conta a história que há mais de 300 anos Francisco de Mendonça Mar abdicando de sua riqueza tomou a imagem de um crucifixo e iniciou uma peregrinação pelo sertão baiano. Após meses de caminhada deparou-se com um morro e adentrando ao local descobriu uma gruta, cravando aí o crucifixo. Em 1705 foi ordenado padre em Salvador recebendo o nome de Francisco da Soledade. Retornou a Bom Jesus e lá residiu até falecer em 1722. Devoto de Bom Jesus e de Nossa Senhora da Soledade, os dois salões maiores no interior da gruta se tornaram igrejas e receberam esses nomes respectivamente. Foi Francisco da Soledade quem construiu a torre do santuário e outros detalhes também foram adicionados pela mão do homem ao longo dos anos, a exemplo de pisos e altares. Uma imagem de Francisco da Soledade está localizada em frente à entrada da gruta. A cada ano a romaria que acontece no mês de julho, ganha milhares de adeptos, bem como no dia 06 de agosto, que é a data oficial destinada aos festejos de Bom Jesus da Lapa.
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Ficou um gostinho de quero mais, a conversa estava boa ... pausa para falar de historia... e não voltou para falar dos plenários, de acordar cedo pra rezar, etc, etc, do que aconteceu lá, parece que só durou um dia... volto a ressaltar: está bom de ler.
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