"Sinto este país fisicamente. Até o calcanhar. Reconheço, aqui, cada som, cada grito, cada riso, cada silêncio ".
Em 'País sem chapéu ', romance caribenho, conhecamos a prosa poética de Dany Laferrière, e sua própria vivência de 25 anos de exílio. "O caminho já traçado, apesar de poeirenta, parecia levar a algum lugar. Era essa minha certeza, até que compreendi que não importa qual o caminho escolhido, ele sempre nos levará a algum lugar", pág. 200.
Porto Príncipe é onde se passa a história marcada por questões políticas, religiosas, conflitos, mas também carregadas de memórias de um escritor que regressa a sua pátria natal com a missão de contar isso na perspectiva de um pintor. "O que pinto é o país que sonho. E o país real? O país real, senhor, não preciso sonhá-lo".
Com 221 páginas, a obra apresenta uma linguagem leve em que a memória é bem característico do estilo textual do autor. "Esta manhã, ele tinha tomado todos os traços do estimado professor J. B. Romance para vir tentar, pessoalmente, me convencer a escrever um livro sobre esse curioso país onde ninguém usa chapéu ", pag. 213.
Publicada em 1996, 'País sem chapéu' é a primeira obra de Dany Laferrière e indicada pelo curador Allan da Rosa como leitura de agosto da Tag Curadoria.
Por Analitica
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