Romance
de maior sucesso da escritora britânica Jojo Moyes, a obra foi escolhida para a leitura do Analítica do mês de setembro. Dessa vez não segui
a sequência que costumo obedecer: ler primeiro o livro e depois assistir ao
filme, caso a obra tenha sido adaptada ao cinema. Mesmo assim não queria perder
a oportunidade de conhecer a história na íntegra e ter o primeiro contato com o
estilo da autora.
O
enredo destaca o jovem rico e bem sucedido Will Traynor que após um acidente,
em março de 2007, fica tetraplégico. Passados quase dois anos de uma rotina depressiva
de Will, seus pais, passam por várias tentativas
frustradas para contratar uma cuidadora. Louisa Clark, 26 anos, uma garota
simples, sem ambições, garçonete recém-desempregada, mas que adora se vestir
criativamente, é a candidata ao posto.
O
trabalho é desafiador para Lou. "Comecei a odiá-lo, e tenho certeza de que ele sabia disso. Aquela casa linda e elegante era vazia e silenciosa como um necrotério. Seis meses, eu repetia mentalmente quando tudo parecia insuportável. Seis meses". A vontade de ser útil e o fato de ter que
sustentar a família a mantém persistente, embora por vezes ela sinta vontade de
desistir diante do gênio difícil e arrogante de Will, até o momento que ela
consegue enfrentá-lo. “Mas eu estou aqui
todos os dias apenas tentando fazer meu trabalho melhor que posso. Por isso, eu
ficaria satisfeita se você não fizesse da minha vida algo tão desagradável, ao
contrário do que você faz com a vida de todo mundo”.
Aos
poucos eles começam a se entender e Will começa a reconhecer que Lou é uma
garota diferente. “Cara Clark, para
mostrar que sou um egoísta imbecil completo. E que agradeço muito os seus
esforços. Obrigado, Will”. Mas Louisa descobre algo que a deixa pessimista
e a faz refletir sobre qual é sua verdadeira missão na casa dos Traynor. Ela
escuta uma discussão entre os pais de Will e a irmã dele Georgina, que exige que
seja revisto o desejo de suicídio de Will com a alternativa da Dignitas (Uma sociedade que oferece
auxílio a pessoas com doenças terminais que desejam cometer suicídio, realizada
na Suíça). “Como alguém pode viver com a
consciência de que está apenas deixando os dias correrem até sua própria morte?”.
Após
muita insistência da Sra. Traynor, Lou decide ficar no trabalho até encerrar o
contrato de trabalho de seis meses, mesmo prazo que Will prometeu aos pais. Nesse
período ela consegue contribuir para algumas pequenas transformações, inclusive
quanto à melhoria do humor de Will. Lou sente-se no dever de fazer com que Will
tente mudar de ideia e organiza um cronograma de atividades para fazê-lo se
sentir mais ativo, para isso segue orientações da irmã Katrina e tem a
permissão dos pais de Will. Em um grupo de pessoas por meio de um bate-papo na
internet, recebe a seguinte orientação. “Se
ele amar, sentirá que pode seguir em frente. Sem amor, eu já teria afundado
várias vezes”.
Will
também a provoca para que busque sempre querer mais e o melhor para o seu
futuro. “Você só vive uma vez. É sua
obrigação aproveitar a vida da melhor forma possível”. Depois de alguns
contratempos, a exemplo da terceira pneumonia de Will Louis se sente desestimulada.
“Mas o tempo foi passando e vi que a
lista de coisas que não podíamos fazer e de lugares a que não podíamos ir
estava maior do que a lista do que podíamos efetivamente fazer”.
Ao
aproximar o prazo final dado por Will aos pais, Lou faz última tentativa para fazê-lo
desistir da morte. Numa viagem às Ilhas Mauricio na companhia de Will e do
enfermeiro Nathan ela se declara a Will e para o seu desespero, ele a revela que
sua decisão ainda prevalece. Eles se desentendem e Louisa deixa a casa dos
Traynor quando eles retornam de viagem. No desenrolar da história Louisa é
chamada por Will na Suíça e ela atende o seu último pedido. Ele deixa para ela no
seu testamento uma quantia razoável para garantir sua liberdade e estimulá-la a
buscar um futuro melhor.
“Você está marcada no
meu coração, Clark. Desde o dia em que chegou, com suas roupas ridículas, suas
piadas ruins e sua total incapacidade de disfarçar o que sente. Você mudou a
minha vida muito mais do que esse dinheiro vai mudar a sua. Apenas viva bem.
Apenas viva. Com amor, Will”.
Não se trata de uma narrativa cansativa. A história é contada em primeira pessoa, sob a ótica de Louisa, e em alguns poucos capítulos são narrado por Camila e Steven Traynor, pais de Will, Katrina, irma de Louisa e Nathan, o enfermeiro que ajuda Lou a cuidar de Will. A obra foi adaptada para o cinema em 2016 e alguns fatos foram excluídos, a exemplo do relacionamento extraconjugal de Steven e a personagem Georgina, irmã de Will que mora fora do país. Gostei do estilo da autora e recomendo a leitura!
Título: Como eu era antes de você
Autora: Jojo Moyes
Gênero: Romance
Páginas: 286
Editora: Intrínseca
Por Analítica
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