quinta-feira, dezembro 20, 2018

Presépios/Lapinhas de Natal: história e tradição

Sizaltina mantém a tradição da lapinha há mais de 70 anos
Presépio é uma alusão que se faz da reprodução do nascimento de Jesus Cristo, no qual são os personagens da história o menino Jesus em uma manjedoura, Maria a mãe de Jesus, José o carpinteiro e pai de Jesus. No cenário, relativo a um estábulo, se encontram ovelhas, bois, jumentos, entre outros animais presentes na noite de Natal.

A história conta que o primeiro presépio foi produzido por São Francisco de Assis, por volta de 1223. O frade utilizou argila oriunda da floresta de Greccio na Itália, numa região conhecida por Lácio, com a intenção de explicar as pessoas o verdadeiro significado do Natal.

Esta ação se popularizou na Europa no século XVIII e as pessoas também passaram a montar os presépios dentro de suas próprias casas. Com o tempo, esta prática se tornou comum e adotada em outras partes do mundo, chegando ao Brasil.

Em São Desidério, na região oeste da Bahia, a confecção dos presépios é também popularmente conhecida como 'Lapinhas', fazendo uma relação com gruta ou lapa, em torno do qual o cenário do presépio geralmente é montado. 

Até a década de 1990, a tradição era mantida por muitas famílias. Na noite de 24 de dezembro, após a celebração da Missa do Galo, um grupo de senhoras acompanhadas de outras pessoas partiam da Igreja Matriz rumo as casas onde era montadas as lapinhas. Em cada casa rezavam e cantavam benditos exaltando o nascimento de Jesus e após a reza eram servidos bolos, biscoitos, salgados e bebidas aos participantes. A peregrinação às casas costumava demorar e só terminava por volta do amanhecer do dia.

As lapinhas de dona Maria Rosa conhecida por Maria Pombinha, Dorinha (in memorian), Anízia, Maria do Ercílio, Maria do Zé da Bia (in menmorian), Nenzinha, Maria Helena, Valdecy, Bia do Adiel (in memoria), Custódia (in memorian), Nazinha, Joana do seu Olavo (in memorian),  Dalice (in memoriam) e Sizaltina, entre outras, faziam parte do percurso.

Outro dia para rezar nas lapinhas é 06 de janeiro, em que se comemora Santo Reis. A data faz alusão a visita dos três Reis Magos levando ouro, incenso e mirra ao menino Jesus.


Reza do Dia de Santo Reis na casa da vó Si

Lapinha da minha casa

Lapinha da Igreja Matriz

Por: Analítica

quinta-feira, novembro 22, 2018

Dia do músico


Neste dia dedicado ao músico (22 de novembro), o Analítica parabeniza a todos os músicos de nossa querida São Desidério, em especial, os que fazem parte da Banda Baile Gerações (Rodrigo Rocha, Val, Leonel, Leomar, João Marcos, Adler, Lurick, Artur e Jacky), profissionais dedicados com quem aprendo a cada show e me divirto muito. Lembrando também com carinho daqueles que já fizeram parte e contribuíram com a trajetória da Família Gerações (Zezito, Vota, Zânio e Flávio). Estes são registros de alguns momentos especiais divididos nos palcos  da vida.





Fotos: Divulgação / Lucas Ribeiro Ascom SD
Banda Gerações: Rodrigo (Vocal), Leonel (Teclado), Leomar (Baixo), João Marcos e Luizinho (Metais), Lurick (Guitarra), Val e Arthur (Percussão), Adler (Bateria) e Ana Lúcia (Back).

terça-feira, novembro 13, 2018

Clicks livres



As duas fotos acima registradas em Vila Nova Conceição, localidade da zona rural do município de São Desidério.


Rio Grande no povoado de Almas, São Desidério.


Rio Grande no distrito de Sítio Grande, São Desidério.

quarta-feira, outubro 31, 2018

Semana Nacional da leitura e Dia Nacional do Livro (29 de outubro)


"Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro..."





Acima, registro de alguns momentos de trabalhos voluntários, como Palestras de Incentivo a Leitura e Contação de Histórias Infantis em escolas do município de São Desidério.

sexta-feira, setembro 28, 2018

Alguns cliques do festejo da Padroeira, Show de Pe. Antônio Maria e Cortejo do Divino

Missa Solene da Padroeira Nossa Senhora Aparecida em 19 de setembro de 2018 na Igreja Matriz.







Chegada da Procissão à igreja.



Show Católico com Padre Antônio Maria na Praça Abelardo Alencar, em 19 de setembro.







Festa do Divino Espírito Santo, chegada do cortejo à Igreja Matriz, em 20 de setembro de 2018.









segunda-feira, setembro 17, 2018

São Desidério e os tradicionais festejos religiosos da Padroeira e do Divino Espírito Santo


Cortejo da Festa do Divino Espírito Santo em 1997

Em São Desidério, o mês de setembro é dedicado aos festejos religiosos da Padroeira do município, posto ocupado por Nossa Senhora Aparecida, celebrada no dia 19, e do Divino Espírito Santo, dia 20.

Diferente das datas celebradas oficialmente no restante do país, (12 de outubro - dia de Nossa Senhora, e a Festa do Divino Espírito Santo - 40 dias após a Páscoa), no município, são justificadas pelas denominadas ‘desobrigas’, comuns em uma época em que havia um mesmo padre disponível para cobrir uma grande região, e devido às distâncias, as visitas dos párocos costumavam ser agendadas. Como era costume os festejos acontecerem uma vez por ano, os fiéis aproveitavam a oportunidade em que também eram celebrados batizados, casamentos e outros sacramentos.

Chegada do ônibus com romeiros vindos de Goiânia e Brasília para os festejos religiosos, 
Nessa época do ano, moradores de São Desidério que atualmente residem em outros estados costumam retornar ao município para participarem das tradicionais “festas de setembro”. Até a década de 1990 eram organizadas comitivas que traziam muitas pessoas, vindas principalmente de Goiânia e de Brasília, para prestigiar as festas da cidade e visitar os parentes. Elas costumavam vir em ônibus fretado, que ao chegar ao município, era anunciado por foguetes e recepcionado por muita gente que se concentravam em frente à Igreja Matriz.


Com o passar dos anos, os festejos religiosos entraram para o calendário cultural do município e passaram a contar com grande participação durante o Novenário da Padroeira, que tem início no dia 10 de setembro. Em frente a igreja todos os dias é organizada quermesse com comidas preparadas por pastorais, grupos e movimentos da Paróquia Nossa Senhora Aparecida. Os festejos da Padroeira se encerram com a alvorada festiva pelas principais ruas da cidade realizada ao amanhecer do dia 19, sendo o ponto alto a missa solene em honra a Nossa Senhora Aparecida celebrada às 18 horas, seguida de procissão. 


Pe. Antônio Maria é a atração do show religioso deste ano

Com o apoio da Prefeitura Municipal por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, a partir de 2005 foi incrementado à programação das festividades o Show Católico, com apresentação de artistas religiosos. Em 2005 - Cantores de Deus, 2006 - Banda Catedral, 2007 - Pe. Zezinho, 2008 - Rosa de Saron, 2009 - Pe. Antônio Maria, 2010 - Dominus, 2011 - Pe. Antônio Maria, 2012 - Joana, 2013 - Pe. João Carlos, 2014 - Pe. Fábio de Melo, 2015 - Pe. Alessandro Campos, 2016 - Pe. Keisson Torres, 2017 - Anjos de Resgate, e este ano a atração do show é Pe. Antônio Maria, que visita o município pela terceira vez. O show será após a missa da Padroeira na Praça Abelardo Alencar.

Festa do Divino - Na manhã de 20 de setembro é a vez dos devotos do Divino Espírito Santo participarem da tradicional missa solene. Essa celebração registra anualmente grande número de fiéis participantes, moradores da sede e zona rural do município, além de visitantes. Antes da missa, o Imperador da festa, acompanhado de sua corte e de uma multidão se desloca de sua residência percorrendo algumas ruas da cidade até chegar à Igreja Matriz, onde ocorre a celebração. O final da missa é aguardada com o sorteio do novo Imperador e corte. Após a transmissão da coroa todos se dirigem para o local onde é servido o popular almoço que sempre é animado com muita música.

Uma das festas mais populares, a Festa do Divino tem seus preparativos durante todo o ano, quando a família do Imperador juntamente com os foliões e organizadores da festa levam a bandeira, um dos símbolos da tradição, por todo o município, com intenção de arrecadar donativos para o festejo. O Imperador é quem coordena a festa e sua corte é formada por: Alferes da Bandeira (quem conduz a bandeira), Caudatários (responsáveis pelo isolamento da corte durante o percurso), Procurador da Bandeira (encarregado por buscar interessados que desejam adicionar seus nomes para participarem do sorteio da corte do Imperador do ano seguinte) e Capitão do Mastro (aquele que organizará juntamente com a comissão a Pegada dos Mastros onde serão hasteadas as bandeiras da Padroeira e do Divino, no primeiro sábado de setembro).

Por: Analítica
Fotos: Arquivo da Paróquia Nossa Senhora Aparecida/Divulgação

quinta-feira, julho 26, 2018

Quinta-feira, 26 de julho de 2018: dia dos avós



Avó é como segunda mãe. A vó Si, tem 16 netos e 13 bisnetos. Lembro-me de quando ainda pequena costumava brincar na casa de vó com minhas primas. O quintal cheio de plantas, o pé de manga onde costumávamos subir escondidas e das aulas de ponto de cruz com a mestra, uma das mais exímias bordadeiras de São Desidério. Uma arte que ela mesma fez questão de passar para as netas. As primeiras aulas eram reservadas a pequenos pedaços de tecido denominado ‘etamine’, que aos poucos era preenchido com desenhos que ganhavam formatos de pequenas laranjas, maças, losângulos, flores entre outros. A vó cobrava que o avesso do bordado fosse limpo, só depois disso é que começávamos a fazer outros bordados em guardanapos, panos de pratos e posteriormente também a bordar nossos próprios nomes em toalhas de banho, fase que já assinalava progresso.

Aquelas que se dedicaram mais a essa arte, alçaram bordados em almofadas, caminhos de mesa, panos de fogão, entre outros para vender. Mas talvez o sonho das netas nessa fase de aprendizagem, seria dominar bordados maiores, a exemplo das enormes toalhas de mesa, chamadas de ‘banquete’ que só a vó e sua perfeição ao ofício, fazia dedicar longos meses de trabalho. Uma das características de seu bordado é que o fazia com amor e muita dedicação e por esse motivo ela costumava receber muitas encomendas da cidade, de outros municípios e até mesmo de outros estados. Até hoje ela relata: “Aprendi a fazer bordado desde menina, quando tinha 13 anos”. O bordado em ponto de cruz sempre deu o tom da ornamentação na casa da vó. Seja por sobre o fogão, da mesa da sala, das prateleiras, do aparador do filtro, na velha máquina de costurar encostada na parede da copa. 

Ah! E como esquecer as lapinhas. Crescemos vendo vó montar o presépio na primeira sala da casa. Dia 24 de dezembro era um movimento na casa da vó. É só fechar os olhos e ainda sinto o cheiro da cola que ela fazia com a tapioca utilizada para fixar o papel no antigo girau de madeira, que era preenchido com as plantas, a areia e os santos para enfeitar o presépio. Era feita toda uma preparação para a reza da lapinha. Uma delas, a que eu mais gostava, era do dia em que eram feitos os biscoitos ou pêtas, num forno à lenha que havia até a algum tempo atrás no quintal da casa de vó. Depois da aula íamos para a casa da vó para comer a pêta quente molhada na massa crua. Depois que as petas ficavam prontas era a vez de reunir o pessoal para ajudar a fazer o ginete, um biscoito doce. Esse era o momento mais esperado. Sentadas em uma roda, cada uma com sua devida fôrma e um bolo de massa crua de ginete em mãos. À medida que dávamos formato ao biscoito na bandeja sobre o colo e na ausência da vó, essa era a oportunidade para saborear disfarçadamente a deliciosa massa doce. E quando a vó voltava, lá estávamos nós com as bochechas alteradas. E ela nos repreendia: 

- Vocês estão comendo a massa do ginete tudo! Por isso que o ginete não rende aqui! Riamos disfarçadamente.


Acometida pela osteoporose em uma das pernas, enfermidade que a fragilizou por anos, esse é um dos motivos que a fez ficar hospitalizada após uma queda, em julho de 2016. Foram mais de 60 dias em que vivemos momentos de tristeza que por vezes eram convertidos em alguns episódios de comédia que nortearam o drama da vó no hospital. Das vezes que ela queria pular da cama, de não dormir e não deixar os acompanhantes dormirem, de pedir para ir embora o tempo todo e no dia definitivo para voltar para casa não querer ir embora. Após vencer três pneumonias nesse período de internação, e apesar da sua limitação motora que a impossibilita de caminhar, sua força a fez superar essa fase e retornar para o seu lar em setembro do mesmo ano. 

A cabecinha branquinha, voz tranquila, vó é dona de um dos sorrisos mais contagiantes. Na rua Dr. Valério de Brito, número 74, na casa de cor amarela ao lado do Centro Cultural, a imagem de uma senhora sentada em sua cadeira de fita, os pés sobre uma almofada, do lado de dentro da porta é convidativa para uma boa prosa que possa talvez lhe arrancar, uma de suas altas gargalhadas. 

Texto e fotos: Analítica


sexta-feira, julho 20, 2018

Sexta-feira, 20 de julho de 2018: Bodas de flores e frutas


Não podia deixar de destacar hoje uma data especial para mim. Meu aniversário de 4 anos de casamento, ou Bodas de Flores e Frutas. As flores estão assimiladas ao cuidado que uma relação a dois requer, e as frutas podem ser associadas a vitalidade e durabilidade da relação, algo saudável para que também o casamento possa se manter de forma saborosa.

As vezes tenho a sensação de que esses quatro anos passaram rápido. Tantos momentos, alegrias, surpresas, conquistas e também dificuldades, principalmente neste último ano, mas acredito que isso não seria possível, caso não fosse o companheirismo, a compreensão, a doação de um para com o outro e a determinação para enfrentar juntos cada momento que passamos até agora.



Lembro-me do medo da palavra 'casamento' e de todo os 'pre-conceitos' que sempre assimilava à essa palavra, principalmente reforçados por pessoas que não eram casadas ou que não tinham uma boa experiência de casamento. Me recordo de alimentar a ideia de não casar, que defendi até mesmo no período do início de namoro, que foi um pouco longo, e que só depois entendi que esse tempo foi o suficiente para amadurecer a ideia de aceitar e entender o significado de uma vida a dois. 



Hoje concordo com a assertiva de que "casamento não tem uma receita, pois casamento não nasce pronto, se constrói". É mais do que físico, é companheirismo, doação, é pensar mais no outro que em si mesma, é querer dividir, é não deixar que a relação caia no modismo, é querer impressionar o par, fazer coisas diferentes, dinamizar, ser feliz e querer fazer o/a companheiro (a) feliz, é não seguir os erros dos exemplos que você muitas vezes viu e ouviu a vida inteira, mas querer fazer o seu papel e ser o melhor de você para o outro, confiar, compreender e amar, pois sem amor, o casamento não se sustenta!

Por: Analítica

Fotos: Jackeline Bispo

terça-feira, julho 10, 2018

Duas obras de Sidney Sheldon




Na dica de leitura deste mês, trago observações acerca de duas obras de Sidney Sheldon.

Os doze mandamentos - Logo no ício da narrativa, o escritor faz várias referências a textos bíblicos, a exemplo da criação do mundo, da Torre de Babel, Jonas e a baleia, entre eles sobre a história sobre Moisés e a tábua dos dez mandamentos da lei de Deus, ao qual é reconstruída na sua perspectiva como Os doze mandamentos. De acordo com Sheldon, Moisés desceu o Monte Sinai com três tábuas e deixou cair a terceira delas, a qual continha o 11º e o 12º mandamento, deixando-a espatifar. Assim o autor sustenta a versão de tratam-se de "Os doze mandamentos", e não dez.

O escritor exemplifica por meio de doze contos, o que aconteceu com pessoas que não obedeceram aos 12 mandamentos, mas que em contrapartida, obtiveram finais felizes, tornando-os ricos, famosos e realizados.

"...de qualquer forma Roger violou o sexto mandamento: Não matarás. A polícia foi bastante compreensiva e o detetive disse a Roger:

-Não resta a menor dúvida de que foi um acidente.

E foi assim que Roger e Louise puderam finalmente viver a sós, desfrutando o milhão de dólares que Sarah deixara". Página 122.

A Perseguição - Nesta obra Sheldon relata o drama do jovem Masao Matsumoto a partir do momento que ele perde os pais em um acidente aéreo nos Estados Unidos. Masao herda o império da família, as indústrias Matsumoto, e descobre que alguém pretende se apoderar de sua herança e que para isso precisa eliminá-lo. Essa pessoa é seu tio, Teruo Sato. A partir de então começa a perseguição a Masao, marcada por aventuras, desespero, ameaças, coragem, inteligência, romance e superação até o retorno de Masao ao seu país de origem com as cinzas dos pais.

"Quando a vida é serena e suave, o tempo é um amigo. Quando a vida fica repleta de problemas, o tempo se torna um inimigo". Página 157.

Por: Analítica
Foto: Divulgação




 


segunda-feira, junho 11, 2018

Fama e Anonimato (Gay talese)


A dica de leitura do Analítica deste mês é o livro 'Fama e Anonimato'. De autoria do escritor norte americano Gay Talese, a obra configura-se em um clássico do jornalismo literário, e contempla uma narrativa contagiante em que o autor não economiza detalhes, abordando fatos que envolvem desde figuras anônimas da cidade de Nova York até personalidades famosas, a exemplo do perfil que constrói sobre o cantor Frank Sinatra.

Um dos capítulos mais emocionantes trata-se das reportagens que encorpam o capítulo sobre a construção da ponte Verrazzano-Narrows, na qual o autor acompanhou durante anos enquanto escrevia com riqueza de detalhes sobre a vida dos trabalhadores e de seu cotidiano, desde os acidentes que envolviam o ofício e das relações entre os personagens no decorrer do enredo.

O que mais destaca na obra, talvez seja o jeito único de Gay Talese e de sua apuração afiada que o fez percorrer diversas ruas e bairros da cidade, para se encontrar e conversar com várias pessoas que poderiam se tornar suas fontes, e o resultado final, um trabalho emocionante que assinala um marco para a literatura jornalística e bastante apreciado, principalmente para os amantes do jornalismo literário.

Por: Analítica
Foto: Divulgação

quinta-feira, abril 12, 2018

Extraordinário (R.J. Palacio)



De autoria da escritora norte-americana R.J. Palacio, Extraordinário é seu primeiro livro. A obra de ficção é dividida em oito partes. O Enredo narra a história de August Auggie Pullman, um garoto de dez anos que nasceu com uma síndrome genética, que tem como sequela uma deformidade facial que o fez passar por 27 cirurgias, além de muitas complicações médicas, motivos que nunca o deixaram frequentar uma escola de verdade.

“Médicos vieram de cidades distantes só para me ver, parados ao lado da minha cama sem acreditar. Dizem que só posso ser uma das maravilhas da Criação, e até onde veem não conseguem explicar.” Pág. 07.


O principal desafio de Auggie, é encarar o primeiro dia de aula no 5º Ano em uma escola normal de Nova York, o Colégio Beecher Prep, e superar o bullying que sofre de outros estudantes. A mãe Isabel, o pai Nate, a irmã Via e o amigo Jacky Will são alguns dos personagens que o ajudam no desenrolar da história.

Ao longo do enredo a autora utiliza elementos para enriquecer e ilustrar a narrativa, a exemplo das comparações que estabelece entre o personagem principal com os personagens e episódios de Star Wars, história a qual August é fascinado.


Em alguns capítulos, o livro que é narrado na perspectiva de Auggie, apresenta-se narrado também da perspectiva de alguns de seus familiares e amigos. O amadurecimento do personagem principal ao longo da história se torna evidente, assim como a superação de seus medos, e que embora com aparência incomum, consegue despertar um impacto positivo e convencer todos ao seu redor, do garoto cativante e Extraordinário que é, despertando uma ideia de que as pessoas podem ser mais gentis.

“...se forem apenas um pouco mais gentis que o necessário, alguém, em algum lugar, algum dia, poderá reconhecer em vocês, em cada um de vocês, a face de Deus”. Pág. 303

“Grande é aquele cuja força conquista mais corações pela atração do próprio coração”, pág. 306


Por: Analítica
Fotos: Divulgação

quinta-feira, abril 05, 2018

Uma oração rezada por Vó Si na Sexta-feira Santa


Das lembranças que tenho da sexta-feira Santa, é de ter toda a família reunida para o almoço e ao final a oração. De uns anos para cá, depois que meu avó faleceu, passamos a contar também nessa data, com a presença da minha avó Sizaltina sentada à mesa conosco. É ela quem conduz a oração. Uma delas, em especial, me chamou a atenção, pois somente nessa ocasião a vi rezar. Trata-se de uma oração que recebe o nome de 'O pranto de Nossa Senhora', como Vó costuma chamar.

Neste ano, além de filmar o momento, pude antes, também, ter a oportunidade de me sentar com ela para escrever a oração a punho. É incrível como a memória de Vó está ótima e ela se lembra de cada palavra.

Após escrever o texto, ela pediu:

- Ô Ana, lê aí agora para eu ver se tá certo!

Ela confirmou cada palavra. Ao perguntá-la quando e com quem ela aprendeu a oração, ela afirmou que ainda era criança e a aprendeu com sua avó Antônia.

Segue abaixo o vídeo e a oração escrita.


O pranto de Nossa Senhora

Meu pranto era tão grande,
Para eu ver e saber,
Grande pesar eu tive,
Na Sexta-feira Santa,
Ali por hora de Ceia,
Grande, nova e tristeza,
Meu coração passava,
Correndo praça e vila,
Fazendo grande alegria,
Todas donas e senhoras,
Todas quando me viam,
Todos comigo choravam,
E todos comigo diziam:
Oh Senhora! Oh Senhora!
Grande pesar eu levo convosco,
De meu Deus, precioso filho,
Creio que não acho mais vivo,
Se vivo eu quiser achar,
No alto da bela cruz,
Tão mudado que estava,
Que eu quis conhecer e não pude,
Cheio de chaga e quebrante,
Que morte cruel abraçado com a cruz,
Caída esmorecida,
Dizendo triste de mim coitada,
Sem nenhuma companhia,
Só me achei com Santa Maria Madalena e 
São João meu sobrinho,
Quem este meu pranto rezar,
Três vezes no dia,
Três vezes na noite,
Quem bem escutar,
A porta do céu achará aberta,
E a do inferno nunca haverá!


Texto/Fotos/Vídeo: Analítica

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