“Nascíamos, morríamos; entre os dois com um pouco de sorte, amávamos, éramos amados, isso não durava muito, cedo ou tarde acabávamos sendo substituídos. Não havia razão para se revoltar, era o destino invariável das coisas humanas”, página 313.
Em ‘Relações humanas’, da autora Karine Tuil, questões atemporais, a exemplo das redes sociais, abuso sexual, feminismo, terrorismo, são temáticas constantes debatidas durante a obra da literatura francesa, publicada em 2019.
O enredo se desenvolve em torno da tradicional família Farel, do casal Jean e Claire, que levam uma vida de aparências. Ele, um renomado jornalista de TV que recebe personalidades famosas em seu famoso programa, mas sofre de traumas e faz uso de remédios controlados. Claire é uma ensaísta feminista, 30 anos mais jovem que o marido. O jovem Alexandre é o único filho do casal.
O ápice da história se dá quando Claire abandona o marido para viver com o professor judeu, Adam, que tem uma filha, Mila. Após um episódio de uma festa regada a drogas, Alexandre se envolve com Mila que o acusa de estupro, fato que contribui para a queda da reputação de família perfeita dos Farel, pois o acontecimento ganha grande repercussão na mídia e de movimentos como o #metoo.
A autora reserva muitos momentos marcantes que mexem com a imaginação e prende a atenção do leitor, trazendo reflexões profundas acerca do que um simples instante, pode contribuir para trazer discussões profundas acerca da natureza humana. Com curadoria de Tatiana Salem Levy, a obra marca a terceira indicação do ano da Tag Curadoria.
“As relações humanas parecem destinadas à traição e ao fracasso”.
Por Analítica