O terno escuro leva um broxe com o brasão peruano. Cabelos
grisalhos, dono de uma voz grave e impostada. Sobre uma cadeira atrás de um
pedestal, Dr. Mauro Figueroa, considerado o menor advogado do mundo não chama
atenção apenas pela estatura de 75 centímetros, ele prende a atenção dos ao
ministrar sua palestra motivacional sobre perseverança e força de vontade, e
relatos de sua história de vida marcada por perseguição e preconceito.
“Nasci apenas com a cabeça e o tronco. Queriam me matar. Graças
ao amor de minha mãe que me protegeu sobrevivi. Não tenho mãos, nem dedos, nem
pernas e não fiquei chorando pelos cantos me lamentando. Sempre quis fazer tudo
o que as pessoas que não são deficientes fazem. E consegui porque eu quis e por
isso me considero um vencedor”.
Promovido pelo governo Peruano, desde os 18 anos ele
viaja por diversos países levando uma mensagem de otimismo e coragem. Há cerca
de 40 anos ele esteve em São Desidério, muita gente se lembra. “Eu me lembro.
Um caminhão parou em frente à biblioteca. Muita gente se reuniu para ver. Ele
chamou algumas crianças e fez algumas perguntas”, disse Sizaltina Dourado,
moradora do município. “Ele chamou uma vizinha nossa e pediu para ela colocar a
linha em uma agulha. Só que ele sem as mãos conseguiu fazer isso primeiro”,
falou Irany Santana.
Agora Dr. Mauro Figueroa, retorna a São Desidério para
realizar palestras em escolas. Como professor e conferencista internacional, ele
é bacharel em direito e ciências pedagógicas formado no Peru sua terra natal.
Com o título de “Embaixador da força de vontade”, ele domina três idiomas,
português, castelhano e inglês, toca os instrumentos musicais gaita, piano,
violão saxofone e flauta e é autor de diversos livros, que abordam temas
relacionados ao direito que todos têm à vida e de se autodeterminar livres de
qualquer possibilidade de serem vítimas de preconceito.
Ele relembra. “Eu tinha um caminhão e fazia apresentações
artísticas em praças públicas. Hoje o meu convênio com o governo peruano é a
realização de palestras em escolas, porque eu acredito que a esperança está em
cada criança e nos jovens. Por isso precisamos acreditar e ter esperança,
querer é poder”, afirmou Figueroa.
Por Ana Lúcia Souza